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Corinthians tem média alta de troca de técnicos ao longo de seis anos
Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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Corinthians tem média alta de troca de técnicos ao longo de seis anos

Coluna da Ana Paula Araújo

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Corinthians tem média alta de troca de técnicos ao longo de seis anos

Sylvinho foi mais uma aposta da diretoria para comandar o Corinthians

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Desde a saída de Tite, os treinadores que passaram pelo Corinthians não tiveram vida longa. Após o atual técnico da Seleção Brasileira deixar o clube, o Timão alterou o comando à beira do gramado 12 vezes.

  • Cristóvão Borges: 2016
  • Fábio Carrille (interino): 2016
  • Oswaldo de Oliveira: 2016
  • Fábio Carille: 2017
  • Osmar Loss: 2018
  • Jair Ventura: 2018
  • Fábio Carille: 2019
  • Dyego Coelho (interino): 2019
  • Tiago Nunes: 2020
  • Dyego Coelho (interino): 2020
  • Vagner Mancini: 2020-2021
  • Sylvinho: 2021

Ou seja, em seis anos, o Corinthians teve, em média, dois treinadores por temporada.

Lembrando que eu não estou computando pessoas, apenas as trocas de comando. Carille, Loss e Coelho estiveram à frente do Corinthians como interinos até que outro nome assumisse ou eles mesmos fossem efetivados, porém, não deixa de ser um restart no trabalho, uma interrupção na filosofia que, certamente, atrasa e atrapalha o resto da temporada.

Só em 2016, o Corinthians mudou de técnico três vezes.

Com exceção das saídas de Adenor (para comandar a Amarelinha) e Carille (para o Al Wehda), os outros foram dispensados pela direção.

A minha maior queixa é referente à pausa dos ciclos e isso é fruto do planejamento mal feito. O que não significa que eu gostaria que esses treinadores continuassem comandando o Corinthians, pelo contrário, alguns ali eu nem sequer teria contratado ou até mesmo mandado embora bem antes do que foram.

Todos têm que entender que o Corinthians não deve mais ser a oportunidade da vida de um técnico, o local onde ele vá provar seu valor. O Timão precisa e merece nomes que já tenham sua competência comprovada em forma de títulos e uma carreira consolidada no sucesso. Promessas pode deixar para base, para dentro do campo.

Meu respeito por todos esses profissionais que aqui estiveram é imenso, mas, claramente, não estavam prontos para aguentar a pressão de treinar um clube da grandeza do Corinthians. Carille foi uma exceção e saiu vitorioso, mas qual a chance disso acontecer de novo?

Por conta disso, torço o cenho quando vejo indicarem Vojvoda. Nada contra o profissional, mas não é o momento dele assumir o maior clube desse país, assim como não era o momento de Tiago Nunes.

Agora, acredito que agir com calma seja e sempre será a melhor saída. A torcida se queixa da demora em anunciar o novo comandante, mas eu prefiro que demore trazendo alguém com bagagem e experiência suficientes, a sofrer uma mudança tão breve quanto as outras. É muito desinteressante ter dois nomes no comando do time a cada temporada. Não dá para trabalhar, implantar filosofia e, consequentemente, colher frutos (títulos).

A pressão ao treinar um Corinthians cujo elenco é cheio de jogadores com técnica apurada será imensa.

O próximo treinador precisa ter tempo para trabalhar e, para exigir paciência da torcida, tem que ter currículo. Mostrar em campo uma evolução, claro, mas com a Fiel consciente, confiante e tranquila. O apoio do torcedor vai tornar o ambiente melhor e mais propício para o sucesso.

Na partida da última quarta-feira (16) falei sobre isso.

Contra o São Bernardo, tivemos uma amostra de que a equipe é boa e letal, mas precisa treinar muito. Não é só a situação do Willian que precisa melhorar, Renato Augusto e Giuliano têm um domínio de bola e visão de jogo sensacionais, mas precisam de alguém à frente que já "preveja" suas intenções e se adiante para receber o passe. Isso e tantos outros fatores que tornam um time vencedor precisam de tempo. Treino e mais treino para conquistar a sincronia para que o time se torne ainda mais efetivo.

Planejar e não passar o carro na frente dos bois é o caminho certo e também o que faltou nas outras vezes que dirigentes do Timão escolheram novos comandantes para a equipe.

É com calma para contratar que a chance de que não se desperdice o resto da temporada cresce.

Veja mais em: Mercado da bola e Técnicos do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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