Diego Costa e Corinthians: um casamento (im)perfeito
Opinião de Andrew Sousa
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Diego Costa nunca foi o plano A do Corinthians (veja vídeo abaixo para mais detalhes da negociação). Na busca pelo camisa 9 de impacto, os uruguaios Cavani e Luis Suarez são de fato nomes muito mais atrativos. Apesar disso, um fica no Manchester United e outro parece pronto pra rumar à Premier League. Pode ter chegado a hora, então, de aceitar o destino.
Depois de ser um bom coadjuvante para Hulk, Diego Costa parece disposto a ser protagonista. A vontade de ir para a Europa aos poucos terá que ficar de lado. É difícil imaginar uma potência vindo buscá-lo nesse momento. Para ele, também é hora de abraçar a possibilidade mais concreta.
Na vida, os desencontros às vezes ocasionam nos maiores encontros: Corinthians e Diego Costa têm tudo pra formar um casamento perfeito.
Em termos de qualidade, Diego é inquestionável: excelentes passagens pela Premier League e La Liga, títulos, Copa do Mundo e tantos outros feitos. A forma física deixa uma pulga atrás da orelha. Mas mais do que tudo isso, o que me faz acreditar no sucesso é a característica.
Em 2021, o time de Sylvinho mostrou precisar e gostar de atuar com pivô. Róger Guedes e Renato Augusto, sobretudo, usam muito o jogador da frente para tabelar e chegar de frente para o chute. Jô, mesmo em momento ruim, conseguiu fazer isso em determinados momentos da temporada. E quando conseguiu, o time rendeu melhor.
Mesmo questionado pelos poucos gols no Atlético Mineiro (embota tenha média melhor que a de Guedes, por exemplo), Diego Costa ainda é um dos melhores nomes possíveis para fazer esse tipo de jogada. Forte fisicamente, segura a marcação nas costas e facilita o jogo de quem vem de trás. Algo essencial nesse Timão de Renato, Guedes, Paulinho, Willian, Giuliano...
Diego Costa e o pivô: bela relação.
— Andrew Sousa (@_andrewsousa) January 20, 2022
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Nesse time do Corinthians, Diego talvez não seja a estrela, mas um ou dois passes rápidos podem o tornar em peça fundamental pra engrenagem girar.
O pivô, obviamente, não é tudo. Por mais que parte da torcida crie a imagem de um jogador em fim de carreira e sem condições de atuar em alto nível, Diego ainda tem boa mobilidade e consegue participar ativamente de outros momentos do jogo. Seja pressionando na marcação ou para dar opção de passe para uma enfiada de bola mais rápida.
Outro excelente vídeo. Tem pivô, mas mais do que isso. Movimenta muito e dá opção em diversos setores. pic.twitter.com/vlPDAaccbH
— Andrew Sousa (@_andrewsousa) January 20, 2022
Essa capacidade é outra essencial para esse novo Corinthians de 2022. Com um nome como Paulinho, um centroavante capaz de cair em outros setores abre o espaço necessário para o volante fazer o que sabe: ser o elemento surpresa.
Por falta de repertório ou por convicção, é difícil saber, Sylvinho precisa de um nome com essas características. O técnico tentou atacantes mais móveis como Guedes, Renato e até Luan, mas todos acabam atuando de costas pra marcação tentando escorar a bola para quem vem.
Corinthians não tinha Diego como o plano A. Diego não tinha o Corinthians como prioridade. Mas no fim, parecem feitos um para o outro.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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