Mancini nos devolveu o prazer de ver o Corinthians jogar
Opinião de Roberto Gomes Zanin
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O Corinthians passou por um processo, ao logo dos anos, de radicalização do defensivismo.
O primeiro Carille, de 2017, propunha um estilo reativo, mas letal. Risco zero na defesa e poucas oportunidades de gol. Mas as chances eram tão claras e Jô estava em tão ótima forma, que pelo menos um gol o time fazia.
O segundo Carille radicalizou e engessou o time. Sem Jô e com três centroavantes no grupo que não corresponderam; com Jadson fora de forma e, consequentemente, sem criação no meio, o Corinthians definhou. Assistíamos aos jogos e torcíamos por puro amor. Era um suplício ver o time jogar.
Tiago Nunes veio para mudar isso. De defensivo, o Corinthians passaria a jogar futebol ofensivo. Mas o time se transformou num espantalho que nem defendia (tomava muitos gols) e nem atacava (raramente criava). Parece que havia dado tilt, bug, travamento na cabeça dos jogadores.
Coelho veio e, com sua falta de capacidade, bagunçou tudo de vez. Terra arrasada.
Chegou Mancini e muita gente se enganou. Pensávamos que ele traria o defensivismo e “fechar a casinha”, apenas para nos salvar do Z4.
Doce engano.
Mancini, até o momento, está conseguindo algo impressionante.
O time dele não é nem retrancado, nem exposto. É equilibrado.
Seguro na defesa e criativo no ataque. Os 5 a 0 poderiam ter vindo contra o São Paulo, Goiás ou Botafogo, se tivéssemos convertido as oportunidades em gols.
O ótimo aproveitamento contra o Fluminense não foi fruto do acaso. Foi fruto do trabalho.
Vital é um exemplo disso. Notório por prender demais a bola, ele agora dá, no máximo, três toques. Outrora dono de chute fraco e sem direção, o ex-Vasco fez um golaço de fora da área no segundo tempo, precedido de outro belo chute no ângulo no primeiro.
Na coletiva pós-jogo, Mancini explicou que Vital e outros atletas ficam, após o treinamento, a seu pedido, aprimorando aspectos deficientes.
Por isso vemos, ao contrário do que ocorre com outros técnicos, como o time melhora quando há tempo para o professor trabalhar.
O ano promete.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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