Quando um jovem Gilmar Fubá anulou o melhor jogador do mundo e encantou técnico italiano
Opinião de Tomás Rosolino
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Gilmar Fubá infelizmente encerrou sua passagem pela Terra nesta segunda-feira após dura batalha contra um câncer agressivo e conheceu uma morte que parecia ter sido adiada várias vezes desde 2017. Alegre fora de campo, torcedor do Corinthians e um dos maiores contadores de histórias da época mais vitoriosa do clube, ele teve também uma carreira respeitável como jogador. Com alguns pontos altos.
Titular na campanha do título brasileiro de 1998, ainda que não tenha jogado a final porque precisava cumprir suspensão, tornou-se um dos reservas mais utilizados do glorioso time do fim da década de 90. Antes dessa seleção ser formada, porém, foi capaz de anular o melhor jogador do mundo e receber vários elogios do então melhor técnico do mundo, Fábio Capello.
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O ano era 1997 e o Corinthians disputava a Copa do Centenário de Belo Horizonte. Sem Marcelinho, que acabara de ser negociado com o Valencia, e ainda sem os reforços de Rincón e Edilson, que chegariam mais para o final do ano, o Timão foi convidado para se juntar a Atlético-MG, América-MG e o poderoso Milan no Grupo A.
Mesmo em baixa após uma temporada aquém das expectativas, o Milan tinha Maldini, Costacurta, Boban e, principalmente, George Weah. Melhor jogador do mundo pela Fifa, em 1995, ele foi segundo colocado na eleição de 1996, ficando atrás do brasileiro Ronaldo. Em campo, fez dois gols no Atlético-MG e um no América-MG - esse no jogo seguinte ao duelo com o Timão -, mas não conseguiu vazar o clube do Parque São Jorge. O motivo: segundo o técnico milanista, Fábio Capello, foi Gilmar Fubá.
A determinação foi feita pré-jogo pelo técnico Nelsinho Baptista, impressionado pela exibição de Weah no duelo anterior. Fubá tinha a força física e a velocidade necessária para, segundo ele, fazer esse duelo individual virar a favor do Timão. E deu certo.
"O placar ficou 0 a 0 por causa dele", elogiou Capello, que viu Fubá correr incansavelmente atrás do liberiano, dando a ele apenas uma chance de marcar, já no segundo tempo, defendida por Ronaldo. Fubá, que lutava contra lesões mesmo jovem, tinha 22 anos e viu naquele jogo um empurrão importante para assumir um papel mais relevante no time do coração.
Infelizmente, não há registros de entrevista de Fubá nesse dia, palavras que certamente renderiam repercussão e risadas ao serem relembradas hoje, quase 24 anos depois. A simpatia, porém, vai apenas ao encontro de um bom volante que teve uma carreira mais do que respeitável - e é assim que Fubá também deve ser lembrado.
Se quiser, o jogo completo está no YouTube
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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