Mesmo com falhas, a culpa não é do Cássio. Quando um time não está bom, quem mais sofre é a defesa, frequentemente exposta. O problema é fácil de resolver. Vontade! Ontem, como jogou o time argentino? Rasgando, correndo, sem dar qualquer espaço. O Corinthians igualaria o jogo se tivesse feito o mesmo, mas não fez e não faz. O cenário é o seguinte: o Corinthians passou anos conquistando de tudo. Isso já é motivo para todo adversário dar o máximo. Tudo bem, pois quando o time está bom consegue superar essa vontade adversária. Só que nos últimos 6 anos surgiu um agravante: o adversário continua a vir com toda a vontade, pois quer vencer o historicamente poderoso Corinthians. Daí, se depara com um Corinthians fraco. A tarefa melhora para o adversário e se torna árdua para o Corinthians. Quantos times nos venceram e perderam para times de bem menor expressão em seguida? Recente: Juventude. O Argentino Juniors vinha mal, sem demonstrar nem um pouco da vontade de ontem. Aí, chega o Corinthians, time grande, campeão do mundo, atualmente fragilizado. Os caras vão com tudo pelos dois motivos: enfrentar um gigante e enfrentar um gigante que está fraco. É um prato cheio. O Corinthians não tem um elenco ruim. Não é uma maravilha, mas não é ruim ao ponto do que tem jogado. Para desfazer essa expectativa dos adversários, só se passar a jogar com muita vontade, sem dar espaço, correndo, rasgando bola. Primeiro passo para recuperar o respeito. Então, começa a ganhar: segundo passo para recuperar o respeito. Em seguida, mantém a receita: terceiro passo para recuperar o respeito totalmente. É quando chega a fase em que tudo passa a dar certo, volta a confiança, é quando se chuta a bola e ela entra no gol de algum jeito, quando não tem falha, não tem frango. Tá faltando essa cara de mau em campo, cara de garra, de quem vai fazer de tudo para ganhar o jogo, de quem não se acomoda numa partida só por que ganhou a passada. Tem que ver o que os adversários em boa fase estão fazendo. Não tem partida dispensável. Não tem campeonato priorizado. O treinador tem que estimular e cobrar antes e no jogo inteiro. Estilo Bernardinho e seleção brasileira de vôlei. Muita vontade, sempre, sem exceção.