A Hypera Pharma, gigante farmacêutica que adquiriu o naming rights do estádio do Corinthians e utiliza a marca Neo Química para essa finalidade, já pagou a primeira parcela do acordo com o clube. A informação foi confirmada pelo presidente alvinegro, Duilio Monteiro Alves, que concedeu entrevista exclusiva ao portal Meu Timão - confira o vídeo abaixo.

O acordo entre as partes prevê um pagamento anual de R$ 15 milhões durante 20 anos, totalizando a compra do nome do estádio por R$ 300 milhões. Vale lembrar que esse valor da parcela será corrigido pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) ao longo do anos.

O questionamento da reportagem do Meu Timão ao mandatário foi motivado por algumas postagens e declarações de conselheiros de oposição, que garantiam que a Hypera Pharma ainda não tinha depositado nada pelo acordo do naming rights.

"Tem sempre um fala-fala nas redes sociais, alguém dizendo que tem fontes próximas, gente ligada ao presidente... bom, já pagamos a primeira parcela, foi paga diretamente da Hypera para a Caixa, conforme previsto no contrato. O dinheiro não vem pro Corinthians, é de conhecimento de todos, do torcedor, dos conselheiros e da oposição", afirmou o mandatário corinthiano, em tom de desabafo - confira o vídeo abaixo.

"Está na hora da união dos corinthianos, ficamos chateados, preocupados. As coisas hoje são feitas assim: fala-se sem responsabilidade, fake news, somos criticados por algo que não existe, isso é triste de ver, é um triturador de reputações essas redes sociais, digamos assim. Pouca gente tem responsabilidade e assume o que fala, mas quem está aqui sabe: a Hypera já pagou parcela da Caixa e ainda tem gente falando que não existe acordo nem naming rights...", completou.

Rodrigo Vessoni/ Meu Timão

O dinheiro da Hypera Pharma será destinado integralmente para sanar a dívida da construção do estádio com a Caixa Econômica Federal. O Corinthians e o banco estão próximos de anunciar, de maneira oficial, um acordo para quitação dos cerca de R$ 560 milhões de maneira parcelada (17 prestações, uma por ano, até 2040, com parcela máxima de R$ 38 milhões). O juiz que define a questão na Justiça acatou pedido em conjunto das partes para mais um período de entendimento.

"Acaba parecendo algo que não acontece (pela demora do anúncio oficial), mas fiquem tranquilos, está tudo certo. Como o Andrés vinha falando, com a Caixa já foi resolvido, aguardamos o contrato com aquelas condições que já até vazaram. Temos R$ 560 milhões para pagar, junto com a venda dos naming rights, corrigido com IGP-M, já ultrapassa esse valor, então esse dinheiro vai pra Caixa e teremos novo parcelamento. Hoje estamos esperando o contrato, é algo grande, por isso a demora, envolve fundo, Arena, a gente, Caixa, Odebrecht, para ir para o papel é demorado, os valores são altos, por isso demora, mas é a parte burocrática", explicou Duílio, que completou:

"Teremos, mais ou menos, R$ 250 milhões para pagar em 20 anos. Infelizmente não temos o público, essa receita estaria vindo para os nossos cofres, ajudaria para o pagamento em novembro de 2022. A gente deu azar nesse sentido, poderíamos estar acumulando para pagar, mas essa carência (de pagar a primeira apenas no fim do próximo ano) foi negociada pensando nisso. Quanto mais rápido o público voltar, melhor pra gente. Entendo que quando volta o público teremos casa cheia, como sempre foi, isso vai ser ainda maior quando voltar pela saudade, vontade de estar perto, e do que vem sendo feito na Arena. Temos a parcela para pagar no fim do ano de 2022, mesmo não tendo essa reserva que poderia estar sendo feita já, mas vamos ter condições de pagar com receitas que virão para o clube, para amenizarmos a parte financeira. A Arena tem outros negócios lá, mesmo com a pandemia, que não deixou os torcedores conhecerem, mas temos restaurante, pizzaria, choperia, clinicas, salão de beleza, universidade, academia e outros negócios que ainda vão ser implantados também", lembrou.

Rodrigo Vessoni/ Meu Timão

O Corinthians, segundo o balanço do clube de 2020, teve de ajudar a fechar as contas do estádio com um aporte de R$ 15 milhões no ano passado, que teve apenas dois meses com público (fevereiro e parte de março). Algo que, diante de um cenário parecido devido à pandemia, deve voltar a acontecer em 2021.

"Custos da arena sem público temos que arcar.. tem manutenção, todas as despesas, estádio parado temos que cuidar, a manutenção pode dar custo maior lá na frente, temos que arcar com tudo, está previsto no orçamento, mas esperamos, não pelo futebol, nem público, nem pelo Corinthians em si, mas pela população, que tenha vacina logo, que todos se vacinem, pra gente poder conviver em todos os setores", finalizou.

Veja a explicação de Duilio e navegue pelos outros temas abordados na entrevista exclusiva

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