O departamento jurídico do Corinthians e os advogados do meia Guilherme fizeram um acordo na Justiça do Trabalho para findar a pendência financeira existente entre as partes. O acordo foi homologado pela juiza Wiviane Matiazzo, da 3ª Vara do Trabalho de São Paulo.

O portal Meu Timão teve acesso aos termos do acordo que promete findar o processo iniciado há um ano pelo jogador, que fez diversos pedidos de natureza trabalhista. O Corinthians se comprometeu a pagar R$ 1.267.656,86 ao jogador. Esse montante é dividido da seguinte maneira:

• R$ 535.810,36 - integralidade de verbas indenizatórias;
• R$ 420.000,00 - diferenças de FGTS;
• R$ 311.846,50 - multa prevista no artigo 467 da CLT.

Pelo acordo firmado entre as partes, o Corinthians pagará a Guilherme a quantia líquida total de R$ 731.846,50 em 11 parcelas mensais e consecutivas no valor de R$ 66.531,50, sendo a primeira com vencimento no último dia 10 de agosto e as demais todo dia 10 de cada mês.

Além do valor citado acima, o Corinthians ainda pagará ao jogador a quantia líquida total de R$ 535.810,36 na data de 5 de julho de 2023, através de recolhimento de FGTS em conta vinculada em nome do autor com imediata liberação da chave de conectividade ao mesmo.

O acerto homologado pela Justiça prevê punição ao clube em caso de não cumprimento dos termos. Após o prazo de três dias do vencimento de cada parcela, em não havendo o pagamento, multa de 10% sobre o valor da mesma, com atualização monetária e juros legais de mora pro rata die até o efetivo pagamento.

Em caso de atraso no pagamento de duas parcelas consecutivas, haverá o vencimento antecipado de todas as demais parcelas, incidindo multa de 20% (vinte por cento) sobre todo o saldo devedor das parcelas, além de correção monetária e juros legais de mora até o efetivo pagamento, bem como vencimento do pagamento do valor do FGTS, com aplicação de multa de 30%.

Entenda o processo

Em decisão recente da Justiça, o Corinthians foi condenado pela Justiça do Trabalho a indenizar o meia Guilherme que, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2019, ficou sob contrato com o clube. A ação foi ajuizada em fevereiro de 2021.

Os advogados do jogador pediram R$ 2 milhões na petição inicial. A juíza Rhiane Zeferino Giulart, por sua vez, sentenciou a indenização com um valor provisório de R$ 1,2 milhão. Novos cálculos foram realizados por um perito judicial e o valor acabou mantido.

Diversos pedidos de natureza trabalhista foram reconhecidos pela magistrada, entre eles, férias de 2018/2019, com o terço; segunda parcela do décimo terceiro salário de 2019; multa dos arts. 467 e 477 da CLT; recolhimento das diferenças de FGTS; honorários de sucumbência; recolhimentos fiscais e previdenciários; juros de mora e correção monetária nos termos da fundamentação; e custas processuais.

Da Turquia para o Corinthians por R$ 20 milhões

Com aval de Tite, o departamento de futebol da época (Roberto de Andrade, presidente, e Edu Gaspar, diretor) contratou o meia do Antalyaspor, da Turquia, em janeiro de 2016, por R$ 9,6 milhões (cotação da época).

Durante os quatro anos de contrato com o Corinthians, Guilherme recebeu cerca de R$ 400 mil por mês. Levando em consideração os 52 meses vinculados ao clube (incluindo o 13º salário), o custou total foi de cerca de R$ 20 milhões.

O meia, no entanto, permaneceu no Parque São Jorge apenas entre janeiro de 2016 e março de 2017, sendo emprestado na sequência para Athletico Paranaense, Bahia e Fluminense, sempre com parte ou a totalidade do salário pago pelo Corinthians.

O vínculo terminou em 31 de dezembro de 2019. Guilherme atuou pelo Timão em 50 jogos, marcou oito gols e conquistou um título (Paulista de 2017).

Veja mais em: Guilherme, Processos do Corinthians e Diretoria do Corinthians.