Ex-técnico do Corinthians campeão brasileiro relembra Dérbi decisivo e oscilação durante a campanha
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Por Meu Timão
Carille beija a taça de heptcampeão brasileiro
Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
A última vez que o Corinthians se sagrou campeão do Campeonato Brasileiro foi na temporada de 2017, sob o comando de Fábio Carille. O treinador e o elenco alvinegro da época viveram momento de pressão igual ao Botafogo vem passando neste ano. O ex-comandante do Timão relembrou os momentos decisivos da campanha do título e também falou da oscilação de sua equipe.
"Se a gente perdesse aquele jogo contra o Palmeiras, a diferença ia cair. E a gente vinha num returno muito ruim. Penso que ia ficar muito difícil (ser campeão), com o Palmeiras crescendo e encostando a cada rodada. Essa vitória foi importante demais", disse o treinador em entrevista ao ge.globo.
O Corinthians, em 2017, terminou o primeiro turno do Brasileirão invicto, somando 47 pontos, acumulando 14 vitórias e cinco empates. Porém, na segunda metade do campeonato, o Timão teve queda brusca de rendimento e somou apenas 12 pontos nos 12 jogos seguintes, chegando na 32ª rodada com 59 pontos, cinco a mais que o Palmeiras e tinha Dérbi decisivo pela frente.
O Dérbi da época foi realizado na Neo Química Arena e foi bastante movimentado. O primeiro tempo terminou 3 a 1 para o Corinthians. A equipe abriu 2 a 0 com gols de Romero e Balbuena, viu o rival descontar com Mina, mas ainda antes do intervalo Jô ampliou para o Timão de pênalti. Na etapa final, o Palmeiras descontou com Moisés e passou a pressionar, mas a equipe alvinegra conseguiu segurar o placar.
Com a vitória no clássico, o Corinthians chegou ao 62 pontos e abriu oito de vantagem para o Palmeiras, praticamente decretando o título, já que faltavam apenas seis rodadas. Carille comentou sobre os fatores que culminaram na queda de rendimento corinthiana e apontou o desvio de fofo como motivo principal.
"São vários fatores que causam isso, mas eu não tenho dúvidas que um foi o desvio de foco. Informações de que a família do Guilherme Arana já estava na Espanha vendo casa, o Fenerbahçe ir ao Corinthians para tentar levar o Rodriguinho, a novela do Pablo de renova ou não renova, a indefinição do Maycon de ir para a Ucrânia no final de 2017 ou no meio de 2018", contou.
"Teve o Jô com uma sondagem grande do Napoli, um cara que estava desacreditado para o futebol e que daqui a pouco estava jogando muito, sendo decisivo. Então não é maldade, é algo natural para um time que chamava a atenção", prosseguiu.
Carille também apontou outros pontos que afetaram a campanha do Corinthians e quase resultaram na perda do Brasileirão. Para o treinador, em alguns jogos faltou sorte, já que a equipe apresentava um bom futebol, mas não conseguia a vitória. Teve também a lesão de Jadson, que fraturou a costela no fim do primeiro turno e quando se recuperou teve queda de rendimento.
"Então acho que isso foi o principal, mas teve também um pouco de má sorte. Contra o Atlético-GO, finalizamos mais de 30 vezes e não fizemos o gol. O Atlético-GO finalizou quatro e ganhou o jogo (1 a 0). Teve ainda a fratura do Jadson na costela no fim do primeiro turno que deixou parado e, ao voltar, Jadson não conseguiu ser aquele Jadson do Paulistão e do primeiro turno. Foram alguns fatores que penso que poderiam ter sido melhor. Mas com certeza, o foco a gente perdeu", completou.
A conquista de 2017 foi a sétima do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Carille iniciava sua trajetória no Timão e naquele mesmo ano já havia conquistado o Campeonato Paulista. Nos anos seguintes, o treinador voltou a vencer o estadual em 2018 e 2019. O técnico encerrou sua passagem no Parque São Jorge com 183 jogos no comando. Atualmente é treinador do V-Varen Nagasaki, do Japão.
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