Um clube do tamanho do Corinthians exige um alto número de funcionários, que por muitas vezes acabam não recebendo o reconhecimento que merecem. Por isso, o Meu Timão traz a história de um desses personagens.

Jeferson Nascimento, mais conhecido como "Borracha Beat Box", é a voz do Corinthians Basquete no Ginásio Wlamir Marques. O profissional é o responsável por orquestrar todos os movimentos de quando a bola laranja é destaque no Parque São Jorge. Apaixonado pelo rap, pela comunicação e pelo Timão, Jeferson conseguiu juntar tudo para se sentir realizado.

"Sensação de gratidão, de muitas alegrias, de poder fazer parte dessa família gigantesca. Sou muito grato ao Corinthians, que me confiou essa responsabilidade em fazer parte e poder comunicar os jogos. Costumo dizer que não é um dom, você tem que estudar a parada, tem que saber o que está fazendo. Recentemente pelo Corinthians, fiz o jogo do Brasil, mano. Você ta entendendo as janelas de oportunidades? Sou muito feliz por isso, gosto e amo o que eu faço, pois deixo a alma falar na ponta do microfone. Posso estar com dor de cabeça, um dia ruim, um dia contente, que eu vou fazer do mesmo jeito", disse em entrevista exclusiva ao Meu Timão.

Por isso, fica o convite para que todos possam conhecer um pouco da história de um dos personagens essenciais para a engrenagem corinthiana. Confira abaixo!

Borracha Beat Box - a voz do Corinthians Basquete

Tudo começou com o Beat Box

A cultura Hip Hop faz parte da vida de Jeferson desde a infância. Dançando break quando criança, o pequeno corinthiano foi se apaixonando por uma outra função: a de DJ. Sem recursos para investir nos equipamentos necessários, passou a imitar os sons com a boca, descobrindo seu talento para beat box.

Desde então, o beat box nunca mais saiu da vida de Borracha. Ele passou por grupos de rap e tornou-se o criador de projetos envolvendo a habilidade, como o "Sarau do Beat Box", que reúne diversas pessoas, até mesmo fora do Brasil, de forma online.

"Quando eu tinha entre 11, 12 anos, eu dançava break e existia uma equipe de som, que disponibilizava som para as escolas, quermesses. Essa equipe tinha vários DJ's, que sempre foram a orquestra que regia a música e aí eu queria ser DJ, mas não tinha recurso para comprar os equipamentos. Aí fui e comecei a imitar o som com a boca, sem saber o que era beat box. Depois de alguns anos, o pessoal falava 'isso que você faz é beat box', aí um grupo de rap me convidou para fazer beat box para eles nas apresentações. Fui, gostei e comecei a atuar dentro da cultura Hip Hop", disse Borracha.

Da paixão pelo rap até a comunicação

Foi dessa paixão pelo beat box e o rap que um novo talento foi descoberto. Com um pensamento fora do comum, Jeferson percebeu que sua desenvoltura poderia o colocar como um apresentador multimídia.

Por isso, Borracha correu atrás e resolveu realizar um curso de locução, além de uma faculdade de Rádio e TV. Aprimorando seu talento, ele se tornou um profissional ativo no mercado em busca de oportunidades.

"Sou rapper. Já fui mais ativo em fazer música, poesia e no rap descobri que poderia pensar fora da caixa, poderia criar universos ficcionais. Além de lidar com a transparência da sinceridade, da realidade, poder falar com a multidão foi o que me fez enxergar. O rap me fez descobrir um novo talento e, a partir daí, fiz o curso de locução, tirei o DRT (documento emitido pela Delegacia Regional do Trabalho) e depois de alguns anos fui para a faculdade fazer Rádio e TV. Foi esse universo artístico, comunicacional, que me levou a esse lugar de ser o apresentador multimídia" disse Borracha.

Beto Miller / Agência Corinthians

Relação com o Corinthians

Corinthiano, Jeferson acabou recebendo um chamado especial de um outro locutor conhecido do mundo do basquete: DJ Japa. Escolhido como responsável pelas interações na retomada do Corinthians na modalidade, Japa acabou indicando Borracha para a função.

Com o coração preto e branco, é perceptível a entrega realizada por Borracha em cada jogo do Timão no Ginásio Wlamir Marques. Todos os momentos de uma partida são especiais, como a divulgação da escalação alvinegra, além, claro, do grito mais emocionante - assista ao vídeo abaixo.

"Sou muito grato ao DJ Japa, que é o locutor do Paulistano. Na retomada do Corinthians, ainda na Liga Ouro, ele fazia, me chamou e eu fui fazer. Foi o Japa que abriu essa porta e não parei nunca mais. Minha família é de corinthiano, meu irmão é da Gaviões, meu pai era corinthiano, enfim... Vai Corinthians!", comentou Borracha.

Preparação para um dia de jogo

Mesmo com toda a paixão envolvida, além do talento nítido, um dia de jogo também passa por muito estudo. Borracha prepara um roteiro, checa informações com outros departamentos do Corinthians, confere todos os nomes envolvidos e, por fim, forma uma dupla imbatível com Douglas, sonoplasta do ginásio.

Por isso, para Borracha um dia de Timão vai muito além do que apenas "gritar", como muitos dizem. Ser o porta-voz do Corinthians é de uma responsabilidade gigantesca e esse desafio é muito bem executado pelo profissional - assista ao vídeo abaixo.

"Pela manhã já faço todo o roteiro, falo com o pessoal da comunicação e marketing, perguntando se tem alguma informação adicional, quais os tipos de publicidade que vamos entregar. Mesmo sendo sempre a mesma fala, organizo sempre o roteiro, o cerimonial de abertura. Nem tudo é improvisado e é interessante falar sobre, pois tem pessoal que fala 'legal esse seu trampo, só fica lá gritando', mas não é gritando... pensa na responsabilidade que tenho. Eu estou falando, sendo o porta-voz de uma instituição gigantesca, do Sport Club Corinthians Paulista. Não posso falar meia vírgula, não posso titubear, gaguejar e não posso afirmar, não falar nada fora do que está combinado. Tudo é combinado junto ao marketing, pego as informações no site, fico todo no esquema, chego umas duas horas antes e preparo com o Douglas (sonoplasta)".

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