Economista analisa dívida do Corinthians na gestão Duilio e aponta o que poderia ter sido melhor
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Por Pedro Mairton e Rodrigo Vessoni
Economista analisou a gestão de Duilio Monteiro Alves no Corinthians
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
O economista Cesar Grafietti analisou a gestão de Duilio Monteiro Alves no Corinthians, entre os anos de 2021 e 2023. Um dos principais objetivos do ex-presidente corinthiano era controlar a dívida, que estava perto de R$ 1 bilhão quando assumiu, fato destacado pelo consultor de gestão no esporte como um desafio apesar do aumento de receitas no mesmo período.
“É muito difícil você gerir um clube com 1 bilhão de dívida, de cara você tem um custo que começa em 100 milhões de juros todo ano. Por mais que você tenha aumento na receita de 500 milhões para 600 milhões, essa diferença já vai para pagar juros. Uma folha que é metade da folha dos seus principais concorrentes, você aposta mais, começa a atrasar outra coisa, então entra no ciclo vicioso porque se ganhar, vai empurrando uma dívida ali, outra aqui. Essa manutenção da dívida era o que dava para fazer”, disse Cesar Grafietti em entrevista exclusiva ao Meu Timão, no quadro Papo com Vessoni, no YouTube - confira o vídeo completo abaixo.
Conforme apontou o balanço financeiro de 2023 realizado pela RSM Global, empresa que analisou as finanças do Corinthians, a dívida no fim da gestão Duilio caiu para R$ 885,9 milhões. Apesar da redução, Cesar Grafietti acredita que a antiga diretoria poderia gastar menos e manter o desempenho esportivo.
“Talvez desse para fazer melhor? Dava! Se formos analisar em desempenho financeiro com desempenho esportivo, o clube só chegou em uma final da Copa do Brasil, será que não dava para gastar um pouco menos para ter o mesmo desempenho? Talvez se tivesse gastado 15% ou 20% a menos de maneira mais eficiente e usasse a diferença para não atrasar passivo, encargo trabalhista, imposto de renda e tudo mais. Talvez tivesse um desempenho melhor com menos 200 milhões ou 300 milhões de dívida em 2023”, apontou o economista, que ainda afirmou que a redução significativa da dívida flexibilizaria o prazo de outras pendências financeiras do Corinthians.
“Isso faz diferença no reconhecimento do mercado do que vem sendo feito, esta transparência que falta entre clube, torcedor e mercado é o que falta para que todos apoiem o momento em que você está correndo algum risco de desempenho e consiga reduzir a dívida. Se você consegue reduzir 100 milhões por ano, o credor também começa a ser mais flexível com prazo porque está vendo que está pagando dívida”, concluiu.
Vale destacar que a dívida do Corinthians na gestão Duilio Monteiro Alves era contabilizada de forma separada das pendências do clube com a Caixa Econômica Federal pela Neo Química Arena, que gira em torno de R$ 700 milhões. Agora na nova gestão, tudo está entrando na mesma conta, então a dívida está próxima de bater a marca de R$ 2 bilhões.
O balanço financeiro de 2023 ainda será votado pelo Conselho Deliberativo do Corinthians na próxima segunda-feira.
