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Sylvinho ver Corinthians ofensivo diante do Santo André é ofensa a quem vê o jogo
Beatriz Zoccoler

Beatriz Zoccoler, 19 anos e, com muito orgulho, estagiária do Meu Timão que tem como melhor característica ser corinthiana.

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Sylvinho ver Corinthians ofensivo diante do Santo André é ofensa a quem vê o jogo e o campo

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Sylvinho ver Corinthians ofensivo diante do Santo André é ofensa a quem vê o jogo e o campo

Resposta de Sylvinho em coletiva foi um dos piores atos do treinador até aqui

Foto: Danilo Fernandes / Meu Timão

Quem assistiu à partida do Corinthians diante do Santo André certamente não saiu feliz com o desempenho. Tirando Sylvinho. O treinador do Timão disse em coletiva pós-jogo que a equipe foi muito ofensiva e discordou da análise feita pelo jornalista Rodrigo Vessoni, que perguntou o motivo da equipe ter baixado tanto as linhas.

A resposta de Sylvinho começou com "interessante por que você faz uma pergunta pra eu analisar, mas você tem uma análise. Eu discordo, obviamente, da tua análise, ela é bastante pobre, inclusive". Ninguém é dono da verdade (e eu também não quero ser aqui), mas a partir do momento que se trata uma opinião com tanta prepotência e inflexibilidade, é preciso repensar se o caminho é realmente esse.

O treinador continua dizendo que "o time é muito ofensivo. Quando nós temos GP de meia e Gustavo aberto, eu não sei se você chegou a ver isso, o time é muito ofensivo". Essa parte da resposta é ainda pior. Primeiro porque desdenha da análise de um jornalista que estava in loco acompanhando o jogo. Segundo porque, basicamente, define um time ofensivo por conta das individualidades e não do coletivo.

Além disso, Sylvinho pode ser facilmente refutado com um simples mapa de calor do jogo e com a foto tirada pelo próprio Vessoni - veja abaixo. É nítido demais que o time recuou e preferiu baixar suas linhas após o gol e durante o segundo tempo inteiro. O técnico segue sua resposta utilizando números de posse de bola, o que até poderia ser válido, mas também não vejo assim, já que o time comandado por ele tem uma enorme dificuldade de construir e se impor através da posse.

Mapa de calor do Corinthians diante do Santo André

Mapa de calor do Corinthians diante do Santo André

FootStats

Praticamente todo o time do Corinthians atrás da linha da bola

Praticamente todo o time do Corinthians atrás da linha da bola

Rodrigo Vessoni/Meu Timão

E não, eu não estou aqui para definir o jogo por um mapa de calor e nem por um clique, mas usando de ambos como ferramenta para ilustrar o que foi o jogo. O campo fala. Quem assistiu à partida viu bem a postura adotada pelo time e sabe que ela poderia ser muito bem resumida nas imagens acima.

Mas, já que Sylvinho se apoiou em números para fazer sua análise, permitam-me usar também. De acordo com o FootStats, a equipe trocou 617 passes e finalizou oito vezes, o que nos dá uma finalização a cada 77 passes trocados, indicando um time que precisa de muitos passes até chegar no gol adversário. Isso é ofensividade? Eu, particularmente, não acho.

A dificuldade da equipe para progredir ao ataque foi notável desde a base das jogadas. Para o torcedor corinthiano, não é novidade a saída de bola em U do time, e isso pode também ser demonstrado através dos números. Segundo o FootStats, os jogadores do Corinthians que mais trocaram passes, pasmem, foram os quatro defensores - veja abaixo.

Números de passes dos jogadores do Corinthians diante do Santo André

FootStats

Isso, não necessariamente seria um problema, caso os passes fossem mais verticais e projetados para jogar no campo de ataque - mas não foi assim. Quando se compara com os jogadores de ataque, fica ainda pior.

Mais uma vez: eu não sou dona da verdade, mas também tenho direito de fazer minha análise do jogo. Respeito a opinião do Sylvinho, diferentemente dele, que não respeitou a do Vessoni. Torço para que ele repense algumas coisas, pelo próprio bem, pois só refletindo sobre o que está dando errado, conseguimos corrigir nossos erros.

O Corinthians tem qualidade para jogar mais e ser um coletivo forte, mas ainda está longe disso. Se Sylvinho vai conseguir extrair mais, eu não sei. O que sei é que, respeitosamente, sem pedir a cabeça de ninguém (pois não é meu papel), seguirei analisando o trabalho, os jogos e o dia a dia.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Beatriz Zoccoler

Beatriz Zoccoler, 22 anos, apaixonada por esportes, por ouvir e contar histórias, tagarela, apresentando e produzindo no YouTube do Meu Timão.

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