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Já que falaram em dinheiro... R$ 337 milhões que o corinthiano jamais pode esquecer
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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Já que falaram em dinheiro... R$ 337 milhões que o corinthiano jamais pode esquecer

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Já que falaram em dinheiro... R$ 337 milhões que o corinthiano jamais pode esquecer

Enquanto os rivais empilhavam taças, o Corinthians, com seu presidente, registrou R$ 337,10 milhões de déficit em três anos.

Foto: Rodrigo Vessoni/ Meu Timão

No início da década passada, quando o Corinthians se recuperava de seu rebaixamento e se tornava uma das maiores (senão a maior) potências do Brasil e se discutia sobre as cotas de televisão a serem pagas para os clubes, falava-se na possível "espanholização" do Brasil.

9 a cada 10 comentaristas (para não cravar a unanimidade) falavam que Corinthians e Flamengo encabeçariam o futebol brasileiros pelos anos que viriam, muito por conta da força da torcida e do apelo comercial e televisão dos clubes, indiscutivelmente acima dos seus principais rivais.

Passada mais de uma década, o Corinthians conquistou a inédita Libertadores, chegou novamente ao topo do mundo (agora do outro lado dele) e foi dono do Brasil por mais três vezes, o que deu ao clube o status de maior campeão do Brasileirão de pontos conquistados, até então, quatro conquistas em 15 torneios disputados (uma média de um título a cada 3,75 competições).

Já pelos lados do Rio de Janeiro, o que se viu era um clube pelejando para alcançar a primazia dentro de campo, registrando perfeitamente que muito dinheiro na mão de homens incompetentes só gera mais dívidas em vez de mais glórias. O Flamengo era um time que buscava copiar o Timão, inclusive buscando jogadores como Guerrero, Sheik e Chicão, mas sua essência seguia como um bagunçado clube do Rio de Janeiro, com um pouco mais de grana que seus rivais.

Simultaneamente, o maior rival do Timão, com um aporte absurdo de uma empresa com índole para lá de discutível, deixava de brigar contra o rebaixamento e começava a disputar títulos.

Os últimos tempos foram bastante emblemáticos para qualquer corinthiano, mas não tanto quanto o que passamos nessa última semana. Com confrontos diretos por títulos contra Flamengo e Palmeiras, o Corinthians se viu numa condição absurdamente precária e levou um banho de realidade depois de ser eliminado da Libertadores da América e jogar por terra a chance de títulos no Campeonato Brasileiro.

Ao fim deste último jogo, Vitor Pereira foi perguntado sobre a possibilidade de ser demitido e deu uma resposta um tanto polêmica, questionando o repórter sobre a quantia de dinheiro que havia em sua conta no banco.

Pois bem, é isso, falamos então em dinheiro.

Não faço a menor ideia do quanto Vitor Pereira tem na conta, mas é totalmente possível imaginarmos quanto o Corinthians poderia ter não fosse a péssima gestão de seus presidentes nos últimos anos. Enquanto os rivais surgiam e espanholizavam o futebol brasileiro, o Corinthians era coordenado por um grupo, cujo objetivo maior sempre foi se manter no poder, alternando-se entre diretores e presidentes, sem qualquer demonstração de competência para dirigir o maior clube da América Latina e um dos maiores do mundo.

Tenho visto muitos comentários tentando culpar Vítor Pereira, Fagner, Roni pela derrota no Dérbi, mas a realidade é que o Corinthians só se encontra no estágio em que está por ser comandado há tanto tempo pelo mesmo grupo político. Se hoje há pessoas que defendem o presidente Duílio por montar um time um pouco mais competitivo e apresentar contas levemente superavitárias, precisamos lembrar que o mesmo foi diretor do clube em boa parte da gestão anterior, quando a equipe gastou absurdos com jogadores como Jonathan Cafu, Ramiro, Roger, Jonathas e tantos outros nomes que JAMAIS demonstraram condição de vestir a camisa do Timão.

Com isso, é sempre bom lembrar que, em três anos de seu segundo mandato, Andrés Sanchez, o presidente que era visto por muitos como a grande solução, deixou um déficit de R$ 337,1 milhões. Isso mesmo. Enquanto os rivais empilhavam taça e duopolizavam o futebol, o presidente do Corinthians fazia contratações para lá de discutíveis, inchava o time sub-23, inclusive com jogadores acima da idade permitida, e deixava uma dívida de centenas de milhões de reais.

Além, claro, de ter encabeçado um acordo para um estádio superfaturado com um governo e uma empresa corruptos.

E hoje, além de viver tranquilamente como se nada tivesse feito de errado, vê jogadores e comissão técnica serem cobrados ou até mesmo ameaçados como se culpados fossem pelos acordos obscuros feitos durante a sua gestão.

As boas contratações muitas vezes servem para apagar as coisas ruins da cabeça do torcedor. Estou aqui, então para lembrar de um absurdo do qual jamais poderemos nos esquecer. Aquele Corinthians supervencedor que chegamos a sonhar não se concretizou porque foi e é comandado por quem na prática não quer o bem do clube.

Não se monta um time campeão em quatro meses depois de anos de bagunça e negócios obscuros.

Sim, o assunto é dinheiro. É o que move o futebol. É a base de times que querem ser campeões.

Vítor Pereira tem na conta o suficiente para viver com estabilidade. O Corinthians também poderia ter.

Mas não tem.

E a culpa não é do português, que ainda não teve tempo para treinar, ganhou e perdeu jogadores importantes, e mesmo assim mantém pela primeira vez desde 2017 o time no G4 em todas as rodadas do campeonato.

Nem de Fagner, não é de Willian, nem mesmo de Luan.

Veja mais em: Andrés Sanchez.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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