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O Corinthians NÃO deveria tentar contratar o meia-atacante Willian, do Arsenal
Rodrigo Vessoni

Formado pela FIAM, trabalhou na Rádio Transamérica e, por 12 anos, no LANCE!. Neste momento, também é repórter da Rádio 9 de Julho, SP (AM 1600). Participa ainda, quando chamado, de programas na TV.

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O Corinthians NÃO deveria tentar contratar o meia-atacante Willian, do Arsenal

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O Corinthians NÃO deveria tentar contratar o meia-atacante Willian, do Arsenal

Willian não quer ficar no Arsenal que, por sua vez, também não deseja a continuidade de Willian

Foto: Reprodução/Twitter/Willian

Antes de iniciar o texto propriamente dito, quero fazer um alerta: essa minha coluna foi escrita mediante à possibilidade de uma condição normal de negociação. Ou seja, o Corinthians negocia com o Arsenal e, com suas atuais e tradicionais receitas, se compromete a honrar os valores acordados com o jogador (luvas, salários, bônus, etc). Diante um outro cenário, que zere a chance de comprometer o ano fiscal do clube (patrocínio estilo R9, acordo comercial, mecenas, etc), aí farei uma nova análise sobre o tema. Ok? Então, a coluna:

Eu já cobria o Corinthians em 2005 quando Willian atuou pela primeira vez na equipe profissional. Foi em dezembro, após o tetra brasileiro, quando a CBF organizou um amistoso entre o campeão e uma espécie de seleção do Brasileirão, no Morumbi. O garoto, então com 17 anos, foi a campo.

Segui acompanhando Willian no clube, com alguns jogos em 2006 e o grande destaque já no ano de 2007, quando pintou a maior oferta que o Corinthians recebeu em sua história até então. Aqueles US$ 19 milhões do Shakhtar (R$ 31 milhões, à época) eram surreais.

Ele, claro, foi embora. E o Corinthians acabou rebaixado quatro meses depois. Com ele, obviamente, aquela equipe não teria caído. Com ele, teria uns dez pontos a mais na tabela.

Desde então, eu quero ver Willian com a camisa do Corinthians. Perdi as contas de quantas vezes eu perguntei aos dirigentes do clube se não era possível um retorno, até entrevista fiz com Willian sobre o tema.

Nunca rolou. E acho que, neste momento, não deveria rolar. Sim, eu sei que é uma opinião bastante impopular diante de tamanha empolgação da Fiel torcida. Mas uso dois pontos como balizamento.

O primeiro é o atual estágio do Corinthians. Não falo do estágio de dificuldade financeira. Isso todo mundo sabe. Estou falando do estágio de reconstrução da própria instituição.

É apenas o primeiro ano da nova administração. As três grandes empresas que tentam ajudar nessa reconstrução - Falconi, consultoria financeira; KPMG, renegociação dos débitos; e Gelson Ferrareze, escritório de advocacia especializado em compliance -, ainda dão seus primeiros passos no clube.

"Então, o Corinthians que já teve Ronaldo Fenômeno não pode ter o Willian?", pergunta o torcedor. Sim, o Corinthians organizado pode ter em seu elenco um cara do tamanho de Willian, saindo direto da Premier League. Mas o atual Corinthians, não. Há um longo caminho a percorrer, há muitos débitos a serem quitados, há muita coisa para tirar da frente.

O segundo ponto é o que já foi feito por essa mesma diretoria para reforçar a equipe. Giuliano, Renato Augusto e Roger Guedes (que deve ser anunciado a qualquer momento) já mudam o patamar técnico do Corinthians. E mudam bastante.

Com o trio, o Corinthians já passa de um mero candidato à vaga na Sul-Americana para um dos favoritos à vaga da Libertadores, talvez até a vaga direta. Algo que, sinceramente, eu não acreditava ser possível no primeiro ano da nova administração. Portanto, Willian seria um bônus num objetivo já alcançável, não peça fundamental.

Torcedor, eu não quero ser o pessimista da hora, não quero ser o estraga-prazer, não quero ser um 'anti' como se fala por aí. Pelo contrário. Eu apenas quero ver o Corinthians forte para bater de frente com os mais fortes. E, para ser forte, precisará de trabalho e tempo. E, apenas oito meses depois, numa pandemia, o tempo ainda não é o necessário.

Veja mais em: Ex-jogadores do Corinthians, Mercado da bola e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Formado pela FIAM, trabalhou na Rádio Transamérica e, por 12 anos, no LANCE!. Neste momento, também é repórter da Rádio 9 de Julho, SP (AM 1600). Participa ainda, quando chamado, de programas na TV.

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