https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2022/06/29/clubes-preparam-reuniao-por-uniao-e-projetam-r-4-bi-por-ano-com-liga.htm Clubes preparam reunião por união e projetam R$ 4 bi por ano com Liga Com Igor SiqueiraOs dois grupos da Libra (Liga de Clubes do Brasil) e da Liga Forte Futebol já articulam para uma reunião em julho para conciliação entre os... uol.com.br

Dois pontos precisam ser discutidos:

Ponto 01) Uma liga com os 40 clubes (20 da Serie A e 20 da Serie B) resulta em um montante de receita maior do que se a LIBRA focar apenas nos 18 times que concordarem em assinar?

Em a LIBRA sendo uma liga fechada, sem rebaixamento, sem ter que destinar 20% da receita para a Serie B, com uma previsibilidade maior para o comprador do que está se comprando para o triênio, não está claro para mim que em a LIBRA seguindo um caminho separado da Liga Forte Futebol resultará em uma proposta menor que esses R$ 4,0 bilhões, sendo que possivelmente mais receita estará disponível para os integrantes da LIBRA, já que não teremos que dividir os 20% com os times da Serie B.

Ponto 02) Os ganhos de organização, governança, centralização dos ativos, elaboração de novos produtos a serem comercializados fará com que a receita da liga passe dos atuais R$ 1,7 bilhões do campeonato brasileiro da Serie A para esses R$ 4,0 bilhões em Liga, que deve corresponder ao triênio 2025,26 e 27 (R$ 12,0 bilhões para o período). Mas e a partir daí? Como os times e os executivos da Liga estão elaborando a estratégia para a crescer a receita? Onde está o fermento que fará o bolo crescer?

Esse ganho advindo da organização, governança, etc.. Não acontecerá uma segunda vez, isso vai ser algo consumado e dado, logo a partir daí, qual é a estratégia para fazer as receitas continuarem a crescer? Ou os clubes pretendem ficarem estagnados nesses R$ 4,0 bilhões ao ano?

Tem gente “comprando por valor de face” essa narrativa de que ao se distribuir mais igualitariamente as receitas, isso produzirá jogos mais equilibrados (lembrando que mesmo no formato de distribuição de receitas atual o campeonato brasileiro da Serie A já é equilibrado) como num passe de mágica, um monte de coisas maravilhosas vai ocorrer em consequência disso, olhando para os exemplos de desenvolvimento de outras ligas, não há nenhum indicativo disso.

O que sugere que na próxima negociação, para o triênio 2028,29 e 30, os interessados em adquirir direitos de transmissão e as demais linhas de receitas vão oferecer valores maiores, e esse R$ 4,0 bilhões passarem para R$ 5,0 bilhões anuais (R$ 15,0 bilhões para o triênio)?

Será que a simples disputa, mesmo que em um nível baixo, sem outro atrativos, sem o desenvolvimento de estratégias que podem passar pela concentração de receita, em um primeiro momento, em algumas equipes, teremos crescimento das propostas feitas pelos compradores? Está se pensando pelo lado do torcedor/consumidor ou pelo lado dos dirigentes? Será que o consumidor, principalmente o estrangeiro, que ainda nem conhece nossa Liga e nossos times veem valor em um campeonato superequilibrado, mesmo que em jogos ruins, com poucas chances de gol por jogo, com poucas jogadas elaboradas e bem-feitas?

Enfim, são essas as discussões que devem ser feitas agora, com clareza, para que a expectativa da nova Liga esteja alinhada com o resultado que ela entregará, e geremos convergência entre as equipes que formarão a Liga, caso as divergências se mantenham, então que criamos duas ligas, em que as expectativas em cada uma estejam alinhada com o propósito de cada uma.

Vai, Corinthians!