Não se enganem, o dinheiro sempre fala mais alto quando o assunto é futebol.

Em 2013 tínhamos tudo para conquistar o bicampeonato da Libertadores. Um ótimo técnico, um elenco cascudo e entrosado e uma torcida que havia expurgado a ideia de que o fracasso em competições continentais era algo sempre à espreita.

Fomos operados dentro de casa por uma arbitragem no mínimo salafrária. E isso não aconteceu por conta do nosso adversário e suas conhecidas conexões nas entranhas da entidade que dirige o desporto desse lado do Atlântico. Tudo se deu porque a pressão da opinião pública foi insustentável após a tragédia (assassinato) de Oruro.

Era comercialmente inviável para a Conmebol permitir que o clube cujos torcedores cometeram tamanha barbárie na Bolívia obtivesse êxito na competição. O barulho advindo das redes sociais não tinha a proporção dos tempos atuais, mas os patrocinadores já incomodavam a confederação nos bastidores.

Foi preciso extirpar o Todo Poderoso do torneio. Como um vírus que ameaça aniquilar o corpo hospedeiro. Calhou de termos que enfrentar os argentinos naquela ocasião. A manipulação seria a mesma independentemente do adversário.

Hoje, o cenário se inverteu.

A recorrência dos casos de racismo nas partidas ocorridas entre equipes brasileiras e aquelas dos demais países do continente acendeu a luz amarela na Conmebol. A sociedade não tolera mais esse tipo de comportamento. Mais importante, OS CONSUMIDORES de produtos e serviços não admitem mais que isso ocorra em qualquer esfera.

Novas participações do Boca em fases mais avançadas - onde ele certamente há de topar com uma equipe desse lado dos trópicos - acarretará em novos casos de racismo. Televisionado para todo o globo, e propagado como uma bomba nuclear nos youtubes da vida. Quem dá suporte financeiro à mantenedora do torneio não tolera esse tipo de repercussão negativa associada à sua gloriosa marca.

Além de ser abjeto, o racismo custa muito dinheiro.

Nossos atletas executarão com perfeição o plano do treinador. Vão suar sangue para trazer a classificação. E hão de triunfar. Por seus méritos e porque a Conmebol sabe ser ardilosa quando precisa que determinado resultado se concretize.

Eu não estou nem um pouco nervoso com a próxima terça.

O que é nosso, de direito, está bem guardado.

E VAI CORINTHIANS!