Análise: Corinthians descobre que virou um alvo no Brasileiro, mas tem feito inédito
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Por Tomás Rosolino
Pela primeira vez desde o início do Campeonato Brasileiro, o Corinthians conseguiu um ponto por puro e simples talento individual de um jogador seu. Ainda que Gustavo Mosquito tenha sido importantíssimo em várias partidas, em nenhum momento surgiu um gol do puro talento do ponta como foi o de falta de Róger Guedes contra o Juventude, nesta terça.
O primeiro tempo mostrou um pouco do que a torcida do Corinthians ansiou por quase dois meses para ver: Giuliano e Renato Augusto trocando passes e abrindo espaço na zaga adversária. O problema é que a bola não foi por tanto tempo assim dos alvinegros - e a fase defensiva também exigiu bastante.
Aí a dificuldade de ocupar espaços ficou latente. Gabriel não é um volante que tenha por característica proteger a frente da área com a sua presença, gostando mais de perseguir o adversário de lado a lado. Renato e Giuliano, portanto, precisariam de muita pressão no portador da bola, mas a condição física ainda impede isso.
Por isso os 45 minutos foram de grande atuação do meio-campo do Juventude, em especial o meia Wagner, sempre achando um espaço livre para receber e organizar a equipe. Foi assim que os visitantes pressionaram no começo do jogo, mantiveram uma linha alta e conseguiram seu gol, em bom lance trabalhado até a cabeçada de Ricardo Bueno.
Estreante da noite, Róger Guedes se dedicou muito na marcação e por vezes apareceu na bandeirinha de escanteio da defesa corinthiana. Faltam ao ponta, porém, a força e a intensidade necessárias para se dedicar atrás e ser efetivo na frente. A mentalidade, no entanto, está clara e merece ser elogiada.
Sylvinho optou pelo mesmo time na etapa final e o cenário foi semelhante, com mudanças apenas à medida em que o Juventude, jogando uma decisão, cansava. Jogador a jogador, o time gaúcho foi mudando, diminuindo o ritmo e dando um pouco mais de tempo para o Corinthians pensar o jogo.
Luan e Gabriel Pereira entraram, com o Corinthians buscando espaçar a defesa adversária. Os lances saíram majoritariamente pelo lado direito, com o canhoto abrindo espaço para o apoio de Fagner. O lateral, como sempre, foi perigoso no ataque e quase deu assistências para Jô e Róger Guedes, em finalizações que passaram perto do gol adversário.
O gol, no entanto, só foi capaz em um esforço individual. Após falta sofrida por Fábio Santos na lateral da área, Róger Guedes cobrou por cima da barreira e angariou um ponto. Feito inédito e talvez o lance mais animador da esperada estreia do atacante.