Análise: Corinthians joga desinteressado e perde justamente para um time que quis mais
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Por Tomás Rosolino
Pela primeira vez desde o começo do trabalho de Sylvinho, o Corinthians entrou em campo neste sábado totalmente superado pelo adversário em intensidade e vontade. Da inoperância de Jô ao frango de Cássio no gol de Paulinho Moccelin, passando pela displicência de Róger Guedes e os erros do técnico, uma tarde para se esquecer.
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A ideia de Sylvinho com a formação inicial era ter um centroavante que conseguisse empurrar a defesa adversária para trás e criar superioridade no campo ofensivo a partir disso. O problema foi que, em praticamente todas as fases do jogo, a intensidade dos donos da casa foi muito superior à dos corinthianos.
Os primeiros 15 minutos foram de marcação alta dos pernambucanos, impedindo que o Timão conseguisse construir por baixo com qualidade. Jô não conseguiu ser efetivo e Róger Guedes, a opção de velocidade, errou praticamente tudo que tentou. Sem esse escape, coube ao Corinthians tentar trocar passes para cansar o adversário.
Isso deu certo em uma ocasião, com Gabriel Pereira ficando uma única vez no mano com Sander. Em belo drible, deixou o adversário no chão e poderia ter evoluído para o chute, mas uma cobertura da zaga obrigou outra finta, adiantando a redonda e perdendo o lance. Foi a senha para o Sport baixar as linhas e tentar jogar com campo.
Os pernambucanos foram superiores também dessa forma, com Mikael conseguindo três tiros de 40m nas costas da defesa. Em um deles, saiu o escanteio que resultou no gol bem anulado de Sabino. Gustavo, com as 10 nas costas, também deu bastante trabalho, mas o placar foi zerado para o intervalo.
No segundo tempo, nenhuma mudança e o jogo caiu de ritmo porque o Sport diminuiu sua intensidade. Na marcação, porém, os pernambucanos conseguiram sustentando uma boa linha defensiva. O time da casa começou a cansar e o treinador tentou lançar o time à frente, apostando em Renato como primeiro volante, receita que deu certo contra o Red Bull Bragantino.
Faltou ao Corinthians, porém, aquela organização que fez o time avançar e preencher o campo do time do interior. Para piorar, sem pegada no meio-campo, o Sport chegou três vezes pelo meio. Na terceira, Paulinho chutou sem muita força, mas Cássio foi bem mal e tomou o gol.
Gabriel Pereira, talvez o único que se salvou no ataque, conseguiu o melhor lance do time e exigiu boa defesa do goleiro. Como prêmio, foi substituído. Pareceu um sinal: qualquer coisa boa do Corinthians logo seria finalizada neste final de semana. Balde de água fria.