Análise: Corinthians não consegue marcar e Sylvinho volta a 'morrer' com substituições na mão
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians não conseguiu se impor com ou sem a bola na noite desta segunda-feira, no estádio do Morumbi. Diante de um São Paulo que não negociou entrega e dedicação, ficou até feio para o Timão a incapacidade de roubar a posse do adversário por mérito próprio, mesmo nos minutos finais da partida.
A aposta de Sylvinho na tática foi contar com Adson na hora de embaralhar a marcação do São Paulo, primeiramente individual, já que o canhoto gosta de sair da ponta esquerda e enveredar pelo meio do campo. Com a bola, foi possível ver isso em duas oportunidades, mas sem grande precisão corinthiana nos passes para fazer valer essa superioridade.
Além disso, o Corinthians não conseguiu impor a sua marcação sobre o adversário em nenhum momento, seja ela alta, média ou baixa, ficando à mercê de algum erro do adversário para recuperar a posse - fosse ele um passe ou um lançamento, já que o São Paulo também chutou pouco a gol.
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O gol saiu em um lance difícil de apontar um culpado, mas fácil de apontar pequenos erros. Muita liberdade no portador da bola desde o meio-campo, com o Cantillo, Giuliano e Renato sem conseguir achar Gabriel Sara, muito espaço para Reinaldo, com Gabriel Pereira atrasado, e inaceitável liberdade para Calleri finalizar, nas costas de Gil e João.
O Corinthians viveu basicamente da genialidade de Renato Augusto, sempre procurando o espaço livre para se desmarcar e achar os companheiros. Partiram dele os lances perigosos, principalmente a bola enfiada para Giuliano, que não conseguiu dominar e perdeu enorme oportunidade. Cantillo, marcado individualmente, sumiu.
Mesmo sem conseguir fazer valer sua ideia, Sylvinho tornou a apostar nos 11 escolhidos, sem grande justificativa. O erro foi tão claro que, com oito minutos de bola rolando, Gustavo Mosquito foi chamado para entrar em campo na vaga de Adson. Alteração que, por sinal, não mudava o estilo de jogo da equipe.
O único grande momento veio quando o treinador ousou, aos 30 minutos e com apenas três chutes a gol, colocando Jô na vaga de Cantillo. A área preenchida bagunçou a marcação são-paulina e o Corinthians teve três ótimas chances para empatar, mas Jô, Renato e Róger Guedes não conseguiram aliar força a precisão - tiveram ou um ou outro.
Rogério Ceni acertou a marcação minutos depois e, além disso, aproveitou-se de um meio-campo adversário que não roubava bolas para conseguir ganhar três minutos com a posse no ataque nos acréscimos, algo constrangedor em um clássico. Sylvinho, enquanto isso, manteve o time cansado em campo e "morreu" com duas substituições.
Fica ao treinador um aviso, que ele sabe bem da importância, de que intensidade é o mínimo para o Corinthians. Não dá para sua escolha ser técnica ou intensidade nem para jogadores terem vaga cativa.