A Polícia Civil de São Paulo finalizou o relatório do inquérito do caso de estupro supostamente cometido pelo zagueiro Robson Bambu, do Corinthians. O documento foi enviado ao Ministério Público. A informação é do ge.globo.

Agora cabe ao promotor Márcio Takeshi Nakata decidir se oferecerá a denúncia, pedirá arquivamento ou solicitará novas diligências. Ele tem o prazo de duas semanas para comunicar a definição.

A delegada Katia Domingues Salvatori, responsável pela investigação, apresentou um resumo do inquérito e não continha o indiciamento de Robson Bambu. Isso quer dizer que o zagueiro do Corinthians não foi apontado como possível autor do crime. Isso, porém, não impede que o caso vá a julgamento.

"Embora não possamos entrar em detalhes sobre o relatório final, é muito importante destacar que não houve indiciamento do jogador Robson Bambu. O farto material colhido pelas autoridades policiais aponta para a inocência de Robson Bambu, na medida em que indica uma série de incoerências e inverdades apresentadas pela suposta vítima. Continuamos acreditando na apuração isenta e competente das autoridades responsáveis pela persecução penal", disse a defesa do zagueiro.

O boletim de ocorrência sobre o caso foi aberto em 3 de fevereiro de 2022. Uma mulher de 25 acusou o zagueiro alvinegro de estupro em um hotel após ter estado com uma amiga, Robson Bambu e um amigo do jogador, conhecido como Pezinho, em uma balada em São Paulo. A Polícia colheu depoimento dos envolvidos e ouviu testemunhas, além de contar com exames toxicológicos e de corpo de delito.

"É primordial ressaltar que Wellington (Pezinho) não foi indiciado. A Polícia Civil produziu um denso relatório que demonstra sua inocência. Todas as provas anexadas aos autos explicitam a incoerência, interna e externa, da narrativa da denunciante. Confiamos na apuração rigorosa e serena das autoridades responsáveis pela persecução penal e, tão logo a investigação seja finalizada, buscaremos a devida responsabilização pelos danos causados à dignidade de Wellington", pontua a defesa de Pezinho, amigo do jogador.

Já a defesa da vítima alega que "acredita que os indícios colhidos no inquérito são bastantes para consubstanciar o processo penal, porém ressalta que novas provas deverão surgir no âmbito da instrução processual".

Robson Bambu fez sua estreia pelo Corinthians em 20 de março de 2022 - exatos 12 dias depois da polícia ter finalizado as investigações. O jogador chegou ao Timão em janeiro e, desde então, tem apenas duas partidas pelo Corinthians. A última foi em 27 de março, diante do São Paulo. Bambu tem contrato de empréstimo com a equipe do Parque São Jorge até o final de 2022.

Relembre o caso

No dia 3 de fevereiro, após a derrota do Corinthians para o Santos, que resultou na demissão de Sylvinho, Robson Bambu esteve com Pezinho e mais duas mulheres numa casa noturna no bairro do Tatuapé. Na ocasião, o zagueiro ainda não tinha sido inscrito no Paulista e, por isso, não estava com a equipe.

O jogador alega que chegou ao local próximo da 1h da manhã e ficou em uma mesa reservada. Ainda de acordo com Robson Bambu, ele pagou com as contas de seus acompanhantes. Na casa noturna, o atleta afirma que houve consumo de vodka, energético, licor e água, mas nega que ele, seu amigo e as garotas tenham ficado embriagados. Após saírem, todos foram para um hotel.

Robson Bambu diz ter ido para o quarto com a amiga da garota que o acusou por estupro perto das 6h30 da manhã. A mulher que acusa o atleta ficou em uma outro quarto, com o amigo do zagueiro. Ambos confirmaram terem mantido relações sexuais de maneira consensual. A partir daí, as declarações da jovem e do jogador são divergentes.

A jovem diz ter acordado com o jogador em cima dela, completamente nu e com as mãos em suas genitais. Já Robson Bambu diz ter ido ao quarto onde a garota estava para conversar com um amigo - o atleta iria assinar um contrato de locação de imóvel naquele dia. A defesa do jogador e de Pezinho nega qualquer tipo de violência contra a mulher.

Na última segunda-feira, o UOL Esporte publicou uma entrevista realizada com a denunciante. A mulher deu alguns detalhes do ocorrido e afirmou temer pela impunidade no crime.

Veja mais em: Robson Bambu.