VP desabafa sobre críticas e diz que Corinthians brigaria contra o rebaixamento sem rodízio
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Por Tomás Rosolino e Rodrigo Vessoni, na Neo Química Arena
O técnico Vítor Pereira fez um forte desabafo a respeito das críticas ao rodízio de jogadores imposto durante as campanhas do Corinthians no Brasileiro, na Libertadores e na Copa do Brasil. Questionado se era o momento de colocar a "boleirada" para jogar, o português mostrou muito incômodo depois da vitória por 1 a 0 sobre o Goiás.
"Eu gostaria é que não brincassem com o meu trabalho", começou o português, que passou quase dois minutos ininterruptos tratando dos problemas físicos encontrados em meio ao atribulado calendário brasileiro. Para ele, o Timão estaria brigando contra o rebaixamento sem rodízio.
"Quem vem com essa conversa deve estar brincando comigo. Ou com o meu trabalho. Porque não está com os olhos na cara. Se nós não tivéssemos os miúdos, já com rodagem, o Corinthians nesse momento estava lutando contra o rebaixamento. Só que as pessoas não querem saber da verdade. Não estão nos treinos, não analisam os jogos, não veem o que que rende e vêm com essa conversa. Isso é brincar com o meu trabalho. Eu gosto da verdade. Como eu vou estar satisfeito com o resultado hoje se daqui a três dias tenho que fazer um novo time e não tenho jogadores para fazer uma equipe equilibrada? Eu jogo duas, três vezes com um jogador e ele lesiona. Nós temos que ser honestos. Honestos, depois a torcida é enganada e vem com exigências que não pode. Não pode ter, ponto final", bradou.
Se não tivéssemos os jovens prontos para jogar, queria ver quem a gente ia colocar para jogar. Queria que sentasse um entendido qualquer e me montasse uma equipe para jogar na quarta. Queria que vocês fizessem isso. Cometem erros? Cometem. Mas estão tentando
Para VP, o time imaginado como titular nas críticas que ele acompanha não teria condições de aguentar o Campeonato Brasileiro. Ele, no entanto, diz que tem que trabalhar com o que pode em meio à rotina do país.
"O calendário é o que é, não posso alterar. Eu, para ter uma equipe competitiva em todos os jogos, eu precisaria ter um plantel muito mais extenso. Com jogadores que conseguissem dar uma resposta física em todos jogos. Eu olho para outros times e as armas são incomparáveis. Não podemos nos comparar com quem tem muito mais soluções do que nós. Eu tenho feito o que posso, o clube tem feito o que pode, nós temos que ter consciência, não temos como exigir quando a realidade está na nossa cara", analisou.
Um exemplo citado foi do lateral-esquerdo Lucas Piton, que atuou como ponta esquerda em momentos das últimas três partidas. O motivo? De acordo com VP, não havia outra opção cabível naquele momento.
"Por exemplo, hoje queria colocar um extremo esquerdo, não tenho um extremo esquerdo, então por que coloco o Piton? Porque não tem mais ninguém. Não tenho como ficar de blablabla, essa é a realidade", encerrou.