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Post de Andre no fórum "Análise dos jogos" do Meu Timão

O sistema de pontuação do sofascore não mostrou o quão fraco o Vital foi, me desculpa mas Vital está péssimo

em Análise dos jogos > Análise tática Corinthians x Internacional - Mateus Vital mostrou...

Em resposta ao tópico:

Muitas vezes, quando eu faço uma análise tática, para ser o mais verdadeiro possível com o jogo, tenho que encarar o Corinthians como o meu pior inimigo...”eu quero ganhar, eu quero massacrar, eu quero estraçalhar esse time! Quero jogar pra cima, humilhá-los!” E então faço a pergunta: como eu deveria fazer para ganhar do Corinthians...com menos esforço, com menos recursos e com a maior efetividade de movimentos possíveis em menos tempo?

Então o trabalho de detetive é feito. Geralmente um treinador estuda 5 ou 6 jogos do time...e então faz uma análise. Se houver alguma vez em que o time enfrentou outro mais de uma vez, melhor ainda. Analiso...e observo alguns fatores muito sugestivos. Noto que enfrentou o Atlético-GO 3 vezes, perdendo duas e empatando uma. Empatou com Palmeiras, perdeu do Red Bull Bragantino de virada, empata com o Bahia e empata com Fluminense e São Paulo.

Percebo que as táticas usadas foram exatamente as mesmas, e com a exceção de um ou outro, os mesmos jogadores foram usados. Então chego a algumas conclusões:

- O estilo de jogo do Sylvinho é defensivo, atacar exclusivamente pelos lados (amplitude), usando pontas velozes. Na concepção de Sylvinho, o único ponta veloz que tem é Gustavo Silva, por isso quanto mais acioná-lo, melhor.

- Sylvinho não prefere ter um meia-de-criação, mas sim 3 volantes, sendo um de contenção, outro que faça o pivô (Cantillo) e um que faça o box-to-box estilo Paulinho quando Sylvinho achar necessário (Roni). Portanto, Cantillo é quem deve criar jogadas da defesa para o ataque.

- Como Mateus Vital não é um ponta mas sim um meia-esquerda, atacar com ele não é a prioridade do Sylvinho, uma vez que ele gosta de velocidade. Somente quando ele achar que nada está dando certo é que ele pede para Vital ser acionado.

- As linhas jogam muito abertas para favorecer a amplitude.

- Sylvinho tentou colocar Luan de falso 9, mas este não agradou o treinador principalmente porque o estilo de jogo por amplitude não funciona com um falso 9. Então colocou Jô para obedecer ao método dele.

- Assim que Jô voltou a titularidade, Sylvinho passou a pedir ligação direta com o Jô, com ele fazendo a parede e passar a bola para alguém próximo.

Com esses dados em mãos, percebo que é uma tática muito tradicional, limitado ofensivamente. As minhas táticas para jogar contra o Corinthians seriam as seguintes:

- Fazer marcação alta a maior parte do tempo, recuando num 5-4-1.

- Neutralizar Cantillo, uma vez que ele é a mola de impulsão do time. Com isso, qualquer passe ao ataque será barrado.

- Caso estejamos no campo de defesa, os jogadores devem se posicionar para o meio para que não dê opção ao Corinthians a não ser justamente atacar pelos lados (marcação por indução). Como apenas um ou dois jogadores apoiam o meia ou ponta, não é difícil recuperar a bola.

- Caso Mosquito seja acionado, 3 jogadores e 1 na sobra devem marca-lo. Ele deve ser a prioridade de marcação, até porque é sabido que pouquíssimos ataques serão explorados pela esquerda por não ter um ponta por lá.

- Priorizar 60% do ataque pela direita, no lado do Fábio Santos. Ele possui dificuldades tanto para acompanhar jogadores rápidos quando acompanhar passes rápidos. Além disso, Vital acompanha muito bem um velocista, mas tem dificuldades em barrar jogadas sem apoio.

- Inversões de bola são primordiais.

- A linha de defesa do Corinthians é a única que joga compactada. Passes em profundidade pelos lados seguida de aproximação na área podem ser usadas explorando essa falha, com um possível bônus extra caso Fagner e Fábio Santos possuam dificuldade de acompanhar lances assim.

Agora eu pergunto a vocês: vocês viram alguma semelhança entre essas táticas e os empates e derrotas em jogos do Sylvinho?

Contra o Internacional, o Corinthians resolveu jogar semelhante de contra o São Paulo: fazer uma marcação média, preso no meio-campo. O primeiro tempo foi razoável, mas no segundo o time melhorou consideravelmente com as entradas de certos jogadores. E é sobre essas melhoras específicas que falarei aqui.

PRIMEIRO TEMPO

O Corinthians jogou num 4-1-4-1 e o Internacional jogou no 4-2-3-1. Defensivamente os dois times faziam uma linha de 4 outra de 5. O Corinthians procurou ser mais ofensivo enquanto o Inter buscava mais posse de bola. Os maiores perigos proporcionados pelo Inter era quando o meio e a nossa direita eram acionados por eles. Edenílson buscava essa aproximação, sabendo que Cantillo era a meta de marcação principal, e consequentemente houvesse a roubada de bola e os ataques.

Quem gerou mais perigos, disparado, foi Vital: ele foi pouco acionado no primeiro tempo, porém quando recebeu a bola ele gerou algum perigo. Gustavo Silva também procurou criar perigos e até mesmo chutou perigosamente a gol, porém não passou disso: sabendo que ele seria muito acionado, o Internacional me surpreendeu e conseguiu barra-lo muito bem. Me surpreendeu porque sei das dificuldades do Inter de marcar jogadores rápidos, mas fizeram muito bem.

Após o pênalti de Jô e o consequente gol, o Corinthians passou a atacar mais pelo lado do Mateus Vital – com grande perigo. Ele, em parceria com Vitinho, conseguiu uma falta aos 41 minutos, e ele cobrou com perigo – sim, com perigo: faz quanto tempo que não vemos uma falta cobrada por cima da barreira e a uns 3 ou 4 palmos da trave?

Como eu disse antes, o meio foi a meta de segurar o Inter, enquanto que ataques pelo Fábio Santos era o mote deles, por meio do Edenílson, que gerou sérios perigos.

Lembram que a minha crítica principal era no fato de que o Corinthians era bem mais efetivo quando atacava no meio e acionava a direita com Vital ao invés do Gustavo Silva? Pois bem: Mateus Vital foi quem mais buscou o jogo e jogou na característica dele, apesar de pouco acionado: finalizou 4 vezes, 1 a gol e 3 fora – incluindo aquela falta perigosa da qual falei – e desses 3, um aos 18 minutos de cabeça.

SEGUNDO TEMPO

Nos primeiros minutos do segundo tempo, Mateus Vital novamente é acionado e dá um passe-chave para Jô, que errou. Mas os lances seguintes foram de ataques pela direita com Gustavo Silva, facilmente marcado por Paulo Victor, Rodrigo Dourado e por vezes Patrick. O Inter, por sua vez, explorava com perigo o lado do Fábio Santos, sabendo da vulnerabilidade por esse lado.

A tentativa da vez do Sylvinho foi um 4-1-4-1, adiantando Roni para jogar próximo ao Gustavo Silva. Mas nem precisa dizer que os ataques eram facilmente interceptados. Sem a devida compactação da linha de 4 corintiana, a linha de 4 ou 5 devidamente compactada do adversário impedia os dois de passar.

Sylvinho então tirou Roni e colocou Araos...mas fazendo algo absurdo: mandou que Mateus Vital jogasse fixo como ponta-esquerda, sabendo que ele não é um ponta...e nem preciso dizer que o futebol de Vital desapareceu depois disso. Marquinhos entraria no lugar de Gustavo Silva e Luan entrou no lugar de Vitinho...mas como Luan é um meia que precisa jogar com apoio e não consegue jogar isolado, pouco se destacou. Tanto que aos 31 minutos, Luan recebeu um passe e tentou dar no meio...mas para quem? Deveria ter um ali! Vital mais uma vez foi acionado aos 27 minutos e chutou a gol, sendo o melhor lance do segundo tempo. E aos 32, Vital ainda conseguiria dar mais um chute, com o goleiro batendo roupa, mas se recuperando.

Pelo meio, Luan conseguiria fazer uma jogada que resultou em Araos dando um chute a gol aos 34 minutos. E finalmente, noutra jogada pelo meio de Luan, Araos e Vital, houve falha de recomposição defensiva do Inter com uma linha de 3, Fábio Santos é acionado e cruza, Luan de falso 9 cabeceia e o goleiro defende, mas Jô pegou a sobra e fez o gol. Finalmente houve a compactação!

Noutra jogada pelo meio, aos 37 minutos, Luan consegue dar um drible e um bom chute. Vital também finalizaria aos 43 minutos. E então foi pressão até o fim.

OUTROS DETALHES

Posição média dos jogadores

Como podem ver, o Corinthians compactou muito bem o meio-campo. Mas percebam que Edenilson e Rodrigo Dourado tinham certa liberdade pelo meio, e a velocidade do Edenilson pelo meio quase nos custou o jogo.

Agora, notem o buraco que o Internacional deixava pelo meio. Foi a iniciativa de Vital, e depois de Araos, que isso seria explorado com mais frequência.

Direções de ataque

O Corinthians, como sempre, explorou mais o lado direito – mas dessa vez com um pouco mais de frequência pelo esquerdo, pelo motivo explicado antes. Já o Inter chegou bem mais pela direita.

Finalizações

Das 20 tentativas do Corinthians, 15 foram em jogo aberto e apenas 5 foram devido a alguma construção de jogada. Só Vital finalizou 7 vezes, a maioria pelo meio. Jô conseguiu o milagre de finalizar 5 vezes. 9 chutes do Corinthians foram a gol, 8 fora e 3 bloqueados. 1 foi na pequena área (o gol), 11 na área e 8 fora da área, mas dos chutes na área, 4 foram a gol e 5 foram pra fora, e todos esses que foram pra fora foram com bola rolando. Isso é um fator muito importante a ser melhorado nos próximos jogos.

Zona de ação

Diferente de contra o São Paulo, nós ocupamos o campo deles com mais frequência do que eles na nossa – mas isso só o correu pelos feitos de certos jogadores no segundo tempo.

Mateus Vital – o homem do jogo

O sorrisão Colgate do Mateus Vital coroa o fato de ele ter sido, disparado, o melhor do jogo: ele errou 6 passes de 45, finalizou 3 a gol e 3 pra fora – não errou nenhum no segundo tempo -, acertou 2 bolas longas, acertou todos os 8 dribles que deu e ganhou 9 duelos no chão de 14. É o número dos sonhos de qualquer meia ofensivo – ou quase, já que precisa ter mais finalizações. Hoje, definitivamente, ele mostrou quem é Mateus Vital de fato.

E esse gráfico de passes prova tudo: se nos outros jogos Vital era muito pouco acionado, dessa vez ele recebeu o dobro de passes do Vitinho - embora o ideal é que este tenha que receber tantos passes quanto Vital recebeu – e participou bastante do jogo. No mínimo Fernando Lázaro deve ter azucrinado a zoreia do técnico sobre isso! Tirando a brincadeira, custa-me acreditar que só depois de 11 jogos é que Sylvinho tenha percebido – ou não percebeu ainda, já que foi mais uma questão de atitude do jogador do que de tática – que Vital, proporcionalmente falando, é mais preciso que Gustavo Silva e Jô.

QUAL FOI O ERRO DO Fluminense?

O Fluminense cometeu o mesmo erro do São Paulo e não explorou o nosso lado mais vulnerável: o esquerdo, com Fábio Santos. Parte disso se deve porque eles cometem o mesmo erro de atacar por um lado só: o esquerdo, como foi hoje. Foi a previsibilidade que custou o jogo, a mesma previsibilidade que Sylvinho comete desde o início.

CONCLUSÃO

O Corinthians mereceu vencer? Mereceu, no segundo tempo. Como a maioria do torcedor, fiquei injuriado com o pênalti...mas independente do pênalti mal-marcado, minha percepção é que o Corinthians tem pouco do que reclamar porque jogou muito mal a maior parte do jogo, com a exceção dos 30 minutos finais, pois a previsibilidade era flagrante, tanto ofensiva quanto defensivamente. Mas por que conseguimos o empate? Porque Vital tomou a iniciativa de não jogar aberto como ponta e Araos resolveu arriscar. Sim, foi isso a chave do empate: Luan não conseguiria nunca ter o aporte necesário até que Araos e Vital, com as suas iniciativas, tiveram a proximidade necessária.

Jô, finalmente, está começando a dar algum sinal de melhora: ele realmente jogou muito bem. Errou 4 passes de 23, acertou todos os 3 dribles, ganhou 5 duelos no chão de 8. O problema é que ele ainda é facilmente desarmável, mas ele melhorou muito a mobilidade, coisa que antes era um problema. Espero que ele continue evoluindo, para o bem dele. Mateus Vital, Luan e Araos provaram que nem só de ataque pelos flancos vive o time. Hoje o jogo foi decidido nesse detalhe.

O próximo jogo é contra a Chapecoense, um time com bom poder de finalização, porém muito débil defensivamente. É um time totalmente defensivo e tenta cruzar as bolas com frequência. Esse, assim como contra o São Paulo, é um jogo pra se atacar exclusivamente pelos flancos, com amplitude, porque eles são péssimos defensores por ali. É um jogo onde muita gente pode se destacar. E serão pontos preciosos que, definitivamente, não podemos nos dar ao luxo de perder.

VAI CORINTHIANS!

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