Meu Timão

Vou usar um raciocínio simples e bem triste pra você, que é fã da DC.
E não tenho nada contra você, nem contra fãs da Marvel.
Tenho contra os fãs do Marvel Studios de quem trabalha lá.

Mas falemos primeiro deste nefasto estúdio, que foi criado em comodato pela disney e falsamente “comprado” em 2012.

O Marvel Studios PRECISAVA ser o que era pra gerar dinheiro, pra ser uma fonte de renda própria, como um centro de custo que se banca num conglomerado e conquistar os personagens que precisava pra criar seu universo das HQs no cinema, uma vez que os seus principais personagens estavam espalhados por Fox, Sony e Universal.

Com isso, eles fizeram uma jogada ousada: criar uma enorme série, cinematográfica, cuja primeira temporada se chama “A Saga do Infinito”. Deu certo, cerca 20 bilhões de dólares foram gerados e hoje, a Marvel é referencial, atraente e promissora pra seja lá qual roteirista, ator ou diretor quiserem trazer.

E por um bom tempo, tiveram o Homem Aranha de volta, que se despedirá neste próximo filme, a ser lançado no fim do ano e voltará exclusivamente para a Sony, que pretende metê-lo em filmes do Venom, Morbius e Kraven, que serão lançados pelo estúdio da marca japonesa.

Enfim, comparando com futebol, a Marvel era o time pequeno, sem recursos, que foi comendo pelas beiradas, montando um time com os recursos que tinha e, ganhando, crescendo e papando títulos, foi granjeando recursos, simpatizantes, torcedores, mídia e foi crescendo e se tornando o ‘time do momento’.

E a DC? A DC é o Real Madrid.

Ou melhor...a Warner Brothers é o Real Madrid.

A Warner é dona da DC faz tempo. E ela é dona de TUDO. Se uma criança agora estiver tomando um refrigereco na Tailândia em que, na tampinha, tem o escudo do Superman...é da Warner.

A lancheira que o seu irmãozinho ou se filho levam pra escola e que é do Batman...é da Warner.
A rede de postos do teu estado, que pertence aquele empresário e deputado que dá um Aquaman ou Flash de brinde a cada tanque cheio está pagando pra Warner.

A Warner não precisa correr atrás. Ela tem um esquema de anos, já: lançar a cada ‘x’ anos uma trilogia do Batman, Superman e agora, obrigatoriamente Mulher Maravilha e buenas, show. Bilhões entram na bilheteria, sem falar do contínuo dinheiro produzido por streaming, aluguel, blu-ray e outras fontes.

E é isso. A Warner/DC não precisa de universo compartilhado que sim, você tanto quer, enquanto ela lançar uma Patrulha do Destino ali, uma Supergirl aqui, uma Stargirl acolá, uma Batwoman pra cá ou um Lois e Clark amanhã e depois.

Tudo isso gera dinheiro do jeito que a Warner gosta e a DC não reclama porque mantém os personagens vivos e vendendo quadrinhos que, digo, só precisam evoluir midiaticamente falando pra voltarem a ser relevantes...talvez indo de uma vez para o formato Web Toon? Quem sabe?

A única possibilidade do Universo DC ser um DCEU propriamente dito é se agora, na fusão com a Discovery, demitirem a Ann Sarnoff, que limou o Snyder, o Hamada, que amarrou as mãos dele e reativarem a Warner Media.

Aí, outro ‘se’: pessoas da Warner Media precisam querer que isso aconteça e apresentar um projeto viável e que encaixe toda essa bagunça que foi causada pelo descaso da WB.

Parece...parece...que isso está acontecendo. Na DC Fandome, o grande artista e agora coordenador da DC, Jim Lee, mostrou um poster-quebra-cabeça, que ele desenhou com os personagens do DCEU e da CW, num formato que relembra a capa de Crises Nas Infinitas Terras, eventos dos quadrinhos que foi meio que reproduzido nas séries da CW nos últimos anos.

Ou seja, pode ser uma sugestão de que talvez, o novo filme do Flash crie uma união-cisão entre as produções da Warner, dividindo elas assim: um universo no streaming, HBO Max e outros pros cinemas. O Universo do streaming vai chegar ao seu fim, será uma saga com seu momento ‘Ultimato’ e quando ele chegar o universo do cinema – que começa com o Batman do Pattinson – estará pronto pra começar, com novos Super-Homem, Mulher-Maravilha, Aquaman e etc.

Mas como deu pra perceber, isso vai depender de vários ‘se’ e da vontade individual que, sim, existe em pessoas lá dentro, pra que isso aconteça. Por enquanto, corporativamente, isso não existe.