Meu Timão

Sylvinho pode mudar o Roger Guedes de falso 9 para ponteiro, trocar GP pelo Mosquito, inverter os pontas... Esse não é o problema.

O problema é o sistema.

Os laterais não avançam, não fazem ultrapassagem, não tem aproximação dos jogadores, não se movimentam, tabelam ou triangulam. Esse é o problema.

O esquema é todo parado, robótico.

Pode botar o Roger de ponta ou falso 9, ele vai ficar isolado de todo jeito. Os ponteiros idem. Ele poderia colocar o Cristiano Ronaldo em uma ponta, o Messi na outra com Lewandowski centralizado. Não ia adiantar. Foi o que aconteceu no Lyon, onde ele queimou Depay, Aouar e cia.

A ideia de jogo do Sylvinho é tocar a bola para os atacantes de lado e eles que se viram. Não tem coletivo. É totalmente aleatório. Ninguém chega junto para dar opção de passe, não tem troca de posição para confundir a marcação.

O Renato e Giuliano tem como única função acelerar para a bola chegar mais rápida nos pontas. Por isso aquele famoso buraco na faixa central que já cansamos de ver em vários prints de diversas partidas. Não tem criação pelo meio, o 9 sair para triangular, com os armadores encostados à área, infiltrando, o segundo volante, os laterais descendo para puxar a marcação adversária, também pisando na área, indo ao fundo.

Quando falam que é um time de pebolim é por isso. É todo mundo estático.

Sylvinho não tem que mudar peças, tem que mudar sua mentalidade tacanha e arcaica de ver o jogo. Ter um time móvel, intenso, que marque em cima, se desloque, com os atletas o tempo inteiro trocando de posições, dando opção de passe, atacando os espaços vazios, compacto, todos próximos uns dos outros para ter tabelas e triangulações, liberar os laterais, principalmente o Fagner, para ter mais uma arma ofensiva, confundir a marcação do rival. Ter repertório. Plano A, B, C.

Infelizmente Sylvinho não está disposto a isso, ficando com a cabeça fechada, preso e teimando ao seu esquema engessado e previsível, e a diretoria não percebe isso. Quer dar mais uma semana para ocorrer uma mudança que não acontecer em um semestre.