Meu Timão

Olá, Fiel Torcida. Como vocês estão?

É meu primeiro tópico aqui, então aviso que o espaço está aberto para discutirmos o mais importante no momento: a chegada de um novo (e ótimo) treinador.

Vou trabalhar com:

- Paulo Fonseca

- Odair Hellmann

- Luís Castro

- Fábio Carille

- Hernan Crespo

- Juan Carlos Osório

- Jorge Jesus

- André Villas Boas

- Cuca

- Nuno Espírito Santo

Não mencionarei, por motivos de total discordância da viabilidade deles como opção/desaprovação total:

- Renato Gaúcho

- Mano Menezes

- Dorival

- Jesualdo Ferreira

- Fabio Cannavaro

1.1. O treinador deve ser brasileiro ou estrangeiro?

Estamos em um momento futebolístico catastrófico enquanto continente, de forma que nomes em baixa na segunda prateleira do futebol europeu (Primeira Liga/Portugal) dominaram nossos campeonatos e praticamente ensinaram aos nossos treinadores como trabalhar. O belíssimo desenvolvimento dos estrangeiros no Brasil não se dá apenas pelos grandes sucesso, é de nítido conhecimento que Jorge Sampaoli (argentino) deixou sua marca por aqui, que Hernan Crespo (argentino) conquistou títulos em um time que não via uma taça qualquer há quase uma década, que Eduardo Coudet (argentino) só não conquistou o Campeonato Brasileiro porque preferiu agarrar uma oportunidade num time pequeno da Europa e até passagens frustradas, de decepções, como Juan Carlos Osório (Colômbia) e Reinaldo Rueda (Colômbia), agregaram muito à nossa realidade. Visto isso, precisamos entender que: o futebol argentino está muito acima do nosso, mas que o futebol europeu está muito acima do sul-americano.

1.2. Europeus > Argentinos?

Os argentinos brilharam no Brasil (se seguem brilhando, como podemos ver o belíssimo trabalho do Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza) mas os portugueses destronaram qualquer esperança suplantada; as três últimas Libertadores foram ganhas por treinadores de Portugal, sendo uma sobre o maior treinador argentino em exercício (Marcelo Gallardo). Logo, não precisamos explicar muito. O que Jorge Jesus fez, e, principalmente, o que Abel Ferreira faz, é de encher os olhos!

1.3. Europeus não podem fracassar?

O que seria de um grande treinador sem projeto? Jesualdo pegou um Santos quebrado, desmontado e desmotivado. O mesmo já representava uma escola portuguesa defasada, logo, não precisou de muito para implodir com resultados ruins. E o mesmo serve Torrent, técnico adjunto espanhol que o Flamengo trouxe esperando a excelência de Jorge Jesus, sem dar o mínimo de espaço para desenvolvimento do trabalho, se frustrando e rapidamente decretando fracasso; uma escolha péssima para as ambições do clube no momento.

1.4. Mas e o Cuca?

Nós conhecemos bem o Cuca - campeão pelo Palmeiras, vice pelo Santos, multicampeão pelo Atlético - um grande treinador. Mas também conhecemos seus adversários, seu diretor de futebol no Atlético e seu último elenco. Cuca esteve sobre o comando de um verdadeiro esquadrão, um time que joga sozinho se precisar, com simplesmente Hulk no ataque e Nacho no banco de reservas - diga-se versatilidade do plantel. Os seus triunfos são incontestáveis, mas mesmo com sua seleção alvinegra, foi eliminado na Libertadores por dois anos consecutivos pelo Abel Ferreira, treinador de Portugal, e também, não alcançou um futebol tão bonito e efetivo quanto ao daquele Flamengo.

1.5. Então, devemos buscar um Europeu?

Sim! O futebol europeu entendeu e mostrou para o mundo que o futebol é decidido pela mente do treinador, não pelos pés dos jogadores, como imaginamos e tratamos por aqui. Enquanto não entendermos o funcionamento coletivo de um clube, de um elenco e de um grupo de pessoas em prol de sucesso, não sairemos do lugar. Carrego profundo cadinho e admiração pelo nosso querido Adenor Bacchi, mas até mesmo ele, o melhor que temos, demonstra nítida inferioridade tática e criativa quanto à nomes europeus, como Hansi Flick, Didier Deschamps, Luís Enrique e Roberto Martinez. Nós precisamos aprender com eles ou continuaremos sem sequer disputar seriamente pelo Mundial. Título que, aliás, o último time que levantou a cabeça para jogar, foi o Flamengo do português JJ.

2.1. Paulo Ferreira

Iludidos ou céticos? Acredito que um pouco de cada. Seguimos tenta do acreditar que ele pode vir, ao mesmo tempo que não acreditamos que aceitará se adequar a nossa realidade salarial. É um treinador de segunda prateleira global, como nunca tivemos no Brasil (visto que Jorge Jesus estava em queda livre, rumo ao fim de sua carreira por sucessivos trabalhos ruins). Ele foi especulado recentemente no Tottenham Hotspur e no Wolverhampton, como poderia vir para o Corinthians?

Embora muitos falem sobre valores, ainda não sabemos oficialmente sobre nada, além do seu salário anterior, na Roma, onde ele recebia incríveis 3,5 milhões por mês. E por mais que essa quantia assuste, devemos nos lembrar que: atualmente, desempregado, seu salário é inexistente.

Paulo tem o sonho de trabalhar na Premier League, porém os dois clubes onde tinha chance viram as portas se fechar, considerando shd Tottenham está brilhando com Antonio Conte e Wolverhampton em crescimento gradativo com Bruno Lage. Logo, não restam grandes opções para ele na terra da rainha. Assim, o questionamento é: se os grandes não abrirão as portas tão cedo, vale o risco ir para um pequeno, na tentativa de chamar atenção?

Marco Silva apostou no Watford e conseguiu parar no Everton, onde fracassou. Agora está na segunda divisão, com um bom projeto e apostando algo. Será que vai conseguir dar outro passo para o topo? Não sei, mas tenho certeza de que o trabalho em solo brasileiro levou Sampaoli, vindo de um fiasco horroroso na Espanha, para um excelente projeto num dos maiores da França; levou Jorge Jesus para o projeto financeiramente mais ambicioso da história do Benfica; levou o desconhecido Eduardo Coudet para a Espanha; levou o fraquíssimo Diego Aguirre para a seleção do Uruguai, e abriu as portas para Abel Ferreira, que estava jogado em países de nível futebolístico fraco, em ligas grandes e times de segunda prateleira.

Paulo Ferreira é, em teoria, melhor do que todos os treinadores que já vieram ao Brasil, tem um elenco com grandes nomes internacionais, vide Willian, Renato Augusto, Giuliano e Paulinho, uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do mundo, adversários relativamente fracos e um bom salário (até 2 milhões por mês) o esperando. Por que recusar? Ganhar tudo no Brasil + sua fama já mundialmente reconhecida, não seria o plus que falta para o colocar em um verdeira gigante da primeira prateleira mundial?

Eu aprovo e apoio sem qualquer dúvida a chegada dele. Pode fracassar profundamente, mas tem tudo para brilhar ainda mais do que qualquer um que já pousou por aqui.

2.2. Odair Hellmann

É um bom treinador, sabe o que faz, é objetivo e tem características de um verdadeiro campeão. Não deixa de ser uma boa opção, porém deve ficar lá para o 'plano H ou J'. Como dito, o que precisamos é da criatividade e mentalidade da escola europeia. Ele seria uma aposta segura, pé no chão, a garantia da briga por títulos, mas a certeza de que não apresentaremos nada acima da média. Seria perfeito no ano passado, mas está abaixo do que precisamos esse ano.

2.3. Luís Castro

Não é porque a pessoa é do futebol europeu que deve ser contratado, formação não é selo de qualidade. Um treinador que nunca apresentou sequer um projeto relevante não deve ser visto como uma esperança de sucesso notório. Vejo qualidade no seu trabalho e acredito que seria uma ótima aposta, porém, noutro momento. Precisamos de um campeão, um estrategista, um professor. Não podemos cometer o mesmo erro do Flamengo, que contratou Torrent querendo sucesso imediato, quando o mesmo precisava de tempo e espaço.

2.4. Fábio Carille

Amém!

Carille é o santo, o deus, a entidade, que nos salvou e deu um título quando chorávamos um potencial rebaixamento. É de fato um dos maiores e melhores treinadores brasileiros dos últimos anos, sem sombra de dúvidas. Está desempenhando um trabalho magnífico no Santos e vai continuar com isso, pois assim como Vojvoda no Fortaleza, valoriza as pessoas que o cerca, que apostaram nele e deram suporte. Carille vai brilhar muito no Santos, será um grande e honroso adversário e um dia deve voltar a ocupar seu cargo conosco, mas agora não é o momento. Torço para que todo títulos que a gente não venha a competir ou perca, seja ganho por ele. É um grande nome, mas no momento, não para nós, para o Santos!

2.5. Hernan Crespo

Crespo ressuscitou um time que tardou em morrer, levando o São Paulo ao título do Paulistão. Foi um treinador excepcional, até perder o fôlego e perder suas características. Não sei o que houve nos bastidores, mas aquilo não foi normal. Seu estilo não me agrada, mas como um todo, é um ótimo nome. É um treinador capaz de nos fazer brigar por todos os títulos, mas como dito anteriormente: somente brigar. Foi o nome perfeito para o São Paulo e seria ótimo para nós em um passado recente, mas não é suficiente para nossas ambições. Entendo perfeitamente que seu talento e liderança é nítido, mas alguém o vê dando 'nó tático' no Abel? Ou quebrando a marcação do Carille? Eu, particularmente, não o vejo nem mesmo batendo de frente com um elenco sem treinador, como pode ser Flamengo e Atlético Mineiro, este ano.

2.6. Juan Carlos Osório

Quem desrespeita o nome ou história de Osório deveria se orientar melhor, pois o cara é marcante, admirável e impressionante. Um verdadeiro professor, que brinca de treinar. Pouco importa seu histórico de títulos, o que ele tem a agregar é suficiente. A sua liderança, sua força, sua inteligência e todo o seu modo de trabalho, o coloca como um dos favoritos. Não tenho dúvidas ao colocá-lo como meu 'plano C'. Seu trabalho na última Copa do Mundo mostrou sua qualidade e o que fez no São Paulo, não deve ser esquecido ou menosprezado. Então, por que não ele?

2.7. Jorge Jesus

Quer o mundo? Então vá para o Qatar, Arábia ou China, pois o Corinthians não é bagunça. Tampouco o esperaremos até o meio do ano, não se ache Cavani ou Suarez. JJ é realidade, mas a sua personalidade é terrível. Odeio a ideia de ter que olhar para seu rosto ao nosso banco, mas amo imaginar nosso time jogando como o Flamengo que ele montou. Não vamos contratar 8 jogadores, pagar 2,5 milhões, nem esperar até maio, mas se quiser vir nas nossas condições, a fiel abraçará! Contudo, é um grande nome. O segundo melhor!

2.8. André Villas Boas

Uma das mentes mais brilhantes do futebol português; em sua primeira temporada humilhou de forma estrondosa JJ na sua melhor fase. É um campeão, um estrategista, é corintiano, casado com uma brasileira do bando e o nome perfeito para nós. Pelos bastidores, seu nome é ligado à se tornar presidente do Porto. Não sei até onde isso vai. Se viesse para o Timão, não sairia tão cedo. Parece estar cansado do futebol. O fracasso no Chelsea esmagou seu ânimo, foi uma das maiores decepções do século. Seríamos nós e nosso país, a solução para os seus problemas? Já sabemos que sua esposa aprova!

2.9. Cuca

Ao Cuca, um curto e grosso NÃO! E por favor, nem me faça entrar em detalhes, pois acredito que motivos não faltam para não querermos esse cara ao nosso lado - e vocês sabem do que estou falando.

2.10. Nuno Espírito Santo

Nuno vem de um fracasso doloroso no comando do Tottenham Hotspur e certamente está perdido, sem saber para onde ir. Seu nome foi ventilado no Everton e grosseiramente recusado. Portugal não parece mais o querer, também. Para onde ir o ótimo treinador? Se quiser aceitar uma nova oportunidade e salário razoável, pode vir.

É um treinador criativo, combativo e tático, que trabalha muito bem com jovens, porém é paneleiro. Não tenho dúvidas de que buscaria encher o time de portugueses, mas também sei que não fecharia as portas para GP, Adson, Mantuan e companhia. Seria um dos melhores para temos conosco!

3.1. Até quanto é racional pagar por um treinador?

Um ótimo projeto pode assegurar um título importante, e por que não a Copa do Brasil? Atualmente, vencermos a Copa do Brasil renderia uma premiação igual a um salário de 3,3 milhões por 2 anos (3,3 x 24 = 79,2).

Jorge Jesus e Abel Ferreira venceram a Copa do Brasil por seus respectivos clubes, por que não poderíamos vencer também? 2,5 milhões mensais seria um salário ainda racional, se necessário. O importante é vencer. Temos um time com potencial de render mares de dinheiro com publicidade, marketing, patrocínios e venda de camisas. Apostar alto significa buscar títulos e dinheiro de volta. E por mais que seja arriscado, é muito melhor pagarmos alto demais por um treinador, do que trazer um Dorival Júnior ou Mano Menezes e não ganhar nada, ter prejuízo com patrocinadores e nem mesmo conseguir manter os nossos jogadores atuais (de salários altos).

2,5 milhões é um absurdo? Claro. Mas o sucesso de um projeto como os de Palmeiras e Flamengo pode render, até menso, venda de jogadores à valores altíssimos. Se conseguirmos 25 milhões de euros no GP, por exemplo, teremos renda para pagar salário de todas as estrelas e do treinador, por si só. Cada ativo é conjunto. O sucesso de um projeto tende dinheiro por todos os lados, valoriza o time, os jogadores e a marca.

'O Flamengo e o Palmeiras vendem tão bem porque os jogadores são ótimos, não pelo sucesso dos projetos'. Enquanto você pensou isso, Fluminense e Vasco choraram, com dezenas de ótimos jovens indo embora de graça.

3.2. Então, vale a pena fazer loucura?

O Corinthians já fez loucura a partir do momento que montou um elenco com estrelas e jogadores mais caros do que poderia pagar. Se tivesse medo de se endividar, continuaria com Kazim e Cafu no ataque. O time foi às compras, bancou reforços e está investindo, o que precisamos é de segurança de um bom projeto e títulos, efetivos. Um time com bom elenco, mas sem treinador, não ganha nada. Um time com treinador incrível, mesmo sem elenco, pode ganhar. Se queremos dominar o futebol sul-americano precisamos unir elenco à treinador, e o elenco nós já temos, então, façamos o que for preciso para trazer um grande treinador.

4.1. Conclusão

A minha ordem seria:

1. Paulo Ferreira (criatividade, juventude, técnica, liderança, simpatia, DNA corintiano e fama global)

2. Jorge Jesus (sucesso recente, ousadia, ofensividade, criatividade e mentalidade vencedora)

3. Juan Carlos Osório (gênio técnico e tático, líder, ofensivo, criativo, carismático, honesto, tem fama global e DNA do time)

4. André Villas Boas (criatividade, personalidade, familiaridade, DNA do clube e fama global)

5. Nuno Espírito Santo (criativo, trabalha bem com jovens, aguerrido, tático e objetivo)

4.2. Encerramento - Desejo.

Esse tem tudo para ser o nosso ano e não é porque começamos cometendo o erro de manter o Sylvinho que devemos jogar tudo para o ar. Estamos lidando com ótimas possibilidades e um elenco sensacional. Com calma, tudo vai dar certo!

Muito obrigado pela atenção! Vai, Corinthians!