Bruno Lucena
Nos idos de 1974, o maior craque da história do Corinthians, ídolo de Maradona e criador do elástico, saiu pela porta dos fundos no Corinthians porque o time não ganhava títulos. Rivelino foi para o Fluminense e hoje é colocado no panteão dos maiores jogadores que vestiram a camisa do Corinthians e Seleção, mas a torcida achou um bode expiatório naquele momento para o jejum. O Corinthians só seria campeão em 1977 e a saída do ídolo não fez com que o time fosse campeão. Rivelino, ao contrário, fez parte da máquina tricolor, conquistando vários títulos após.
A mesma forma deprimente de saída aconteceu com o Edílson quando o Corinthians perde o jogo de 2000 para o Palmeiras na Libertadores. Foi também assim com Rincón, e esse foi decretado o fim do maior esquadrão corinthiano que vi, bicampeão brasileiro e campeão mundial, com vários jogadores do time convocados para a copa seguinte, quando o Brasil foi pentacampeão.
Situação igual em 2006 com a saída de Tevez, o mesmo que alguns torcedores pediram recentemente para se aposentar aqui.
A fiel, não a gaviões, mas a torcida como um todo tem um time. Nós falamos isso, mas cuidamos muito mal dos nossos ídolos.
O Cássio não está jogando bem? Não está. Mas se aumentaram o salário e o tempo de contrato dele, isso não é culpa do jogador. Veja o que aconteceu com Casillas no Real Madrid, um dos maiores goleiros da história do time madrilenho e que não teve seu contrato renovado. Quem renova e decide se pode ou não pagar, se é viável e custo efetivo, é a diretoria.
Não podemos achar normal que ao discordamos da titularidade de Gil, Fábio Santos, Cássio, renovação do Jô, possamos simplesmente fazer a saída deles com violência, agressão e ameaça. Isso não é dessa geração, uma mais recente e que é bombardeada de informações e que se acostumaram a ver um time mais vencedor e exaltada por redes sociais.
Não podemos achar normal que um grupo de torcedores acreditem que possam falar pelos milhões de torcedores. Já faz um bom tempo que os gaviões da fiel são cada vez mais gaviões e menos fiel.
Tratar mal os ídolos é algo corriqueiro na história corinthiana e que está na hora de mudar para que não existam mais Rivelinos. Que Cássio não seja mais titular, mas que não saia pela porta dos fundos.
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