Rony Rocha
O equilíbrio desse time está passando muito por Maycon e Du juntos, quando um não joga como no primeiro tempo contra o fortaleza o outro fica sobrecarregado.
em Análise dos jogos > Acho que o Vítor Pereira encontrou o equilíbrio
Em resposta ao tópico:
Ele chegou no meio do tiroteio, já perdeu três clássicos logo de cara e viu a dura realidade do calendário brasileiro.
Começou a fazer rodízio, mesmo com os jogadores não aceitando. Viu que o preparo físico era horroroso (coisa que a gente falou inúmeras vezes aqui e ninguém da diretoria e das comissões técnicas anteriores fez algo para resolver).
Mas ainda assim, insistia em jogar do seu jeito apenas. Com pressão alta, transição rápida e agressividade. Com isso, perdemos alguns jogos, perdemos a confiança e o time passou a jogar mal.
Pois bem, ele viu que tinha que fechar a casinha, do velho jeito Mano Menezes de ser, mas com uma diferença grande. Ele ainda assim, força o time a ser agressivo e ofensivo com a bola. Fora a variação tática que ele faz nos jogos com maestria. Muda o esquema no meio da partida e na maioria das vezes muda o jogo com isso. Ele tem uma inteligência ímpar para enxergar taticamente a partida, coisa que eu não via por aqui desde o Luxemburgo em 1998.
Contra o Deportivo Cali, na última quarta-feira, ficou claro, assim como ficou no jogo contra o Fortaleza.
Como o Cali joga com velocidade pelas pontas, ele segurou os dois laterais e liberou os meias para atacar. O Du Queiroz fez uma baita partida, porque teve liberdade para atacar. Giuliano e Maycon não jogaram bem, mas estavam soltos.
O Piton fez talvez a melhor partida dele pelo Corinthians, improvisado pela direita. Não errou nada, nem no ataque, nem na defesa. Eu acho que é o lance da zona de conforto. Tirou ele da zona de conforto, ele foi obrigado a fazer o arroz com feijão. Coisa que ele nunca faz, sempre quer dar um passe bonito, quer subir o tempo todo, quer driblar. No arroz com feijão, ele jogou muito bem pela direita.
E essa estratégia de segurar Piton e Fábio Santos foi primordial para dar um pouco de segurança para o afobados João Victor e Raul Gustavo.
E claro, a cereja do bolo Vítor Pereira até agora.
Ele recuperou Cássio e Jô, os dois melhores do time contra o Cali.
Que partida sensacional fez o Jô. Uma pena que não sobrou nenhuma bola limpa para ele na área, porque ele arrebentou como nem em 2017 fazia. Fez duas jogadas pelas pontas, e em uma delas deixou o Mantuan na cara do gol. Cabeceou uma bola que obrigou o Neuer a fazer mais uma defesa milagrosa. Todo goleiro contra o Corinthians instala o mod Neuer.
E o que falar do Cássio? Uma partida irretocável, coroada com a defesa de um pênalti.
Eu acho sinceramente que o Vítor Pereira encontrou o equilíbrio entre o romance futebolístico que habita o seu coração e o pragmatismo mano-tite-carilleano que habita nosso estômago.