Sou jornalista investigativo e há 6 meses junto peças sobre o caso de Luan Guilherme com informações internas do Sport Club Corinthians Paulista e de pessoas da intimidade do atleta. Hoje recebi a notícia de que a família de Luan teria sido vítima de ameaças, não de torcedores, mas de pessoas do Corinthians. Por isso resolvi dar um basta e revelar a verdade.

Luan é um dos únicos atletas que vem de uma infância corintiana e, mais do que isso, de uma família tradicional no Corinthians. Para quem não sabe, seu pai foi uma importante liderança da formação e resistência das torcidas organizadas do Timão durante a ditadura militar. Com sua profissionalização, Luan desapegou do sonho da família, mas quando surgiu a chance de jogar no Corinthians, ele não pensou duas vezes. Acontece que junto à sua contratação, veio todo o peso e cobrança familiar para que ele represente a camisa, não só em campo, mas a todo momento. Aí que as coisas começaram a complicar.

Luan, convivendo pelos corredores do Parque São Jorge e do CT Dr. Joaquim Grava, assim como outros atletas, teria percebido algumas coisas estranhas por parte da diretoria do clube. Reuniões acobertadas por seguranças armados na porta, principalmente entre o Sr. Roberto de Andrade e pessoas desconhecidas, circulação de maletas e erros nas prestações de contas, inclusive em sua folha salarial, criam no vestiário corintiano uma desconfiança geral, mas ignorada pelo profissionalismo dos atletas. Luan, porém, com seu coração corintiano e história familiar, não ficou confortável com essa situação, especialmente quando sua folha salarial foi apresentada com um valor destoante, de 1.500.000,00 reais e uma etiqueta preta no rodapé. Luan acionou o Departamento de Recursos Humanos do Corinthians, que o informou ter havido um erro, e corrigiu a folha para o valor correto de 700.000,00.

Porém, Luan tem reunido essas provas aos poucos, percebeu que seu papel no clube não é jogar futebol, mas uma causa maior, acabar com o ciclo de corrupção que prejudica o Corinthians há décadas. Para isso, ele precisava se poupar dos jogos, evitar holofotes, e aos poucos reunir as provas que levariam a uma denúncia histórica. Prometeu a si mesmo que não sairia do Corinthians, até que revelasse a verdade, o que está custando caro.

Se as pessoas soubessem o que tem sido feito com Luan desde então, ficariam enojadas. O atleta sofreu inúmeros boicotes, segundo fontes próximas a ele, chegando ao ponto de que em uma quarta-feira, em um conhecido Lounge-Bar de São Paulo, um estranho se aproximou pedindo um trago no seu narguilé. Luan, com sua humildade natural ofereceu a mangueira, e o estranho teria dito para ele ficar esperto porque o Corinthians é maior do que qualquer ''espertinho''. Hoje, infelizmente, soube por essa mesma fonte que familiares de Luan foram ameaçados, não pela torcida, mas por ditos representantes de, ninguém mais ninguém menos do que Duilio Monteiro Alves.

Assim, ainda que Luan não tenha alcançado seu objetivo, acredito que a situação chegou a um ponto insustentável. Se eu pudesse aconselhá-lo, diria para largar a paixão e se desligar do clube antes que ocorra uma tragédia ''misteriosa''.

Se alguém ainda tiver dúvidas sobre a realidade, sugiro que reparem no olhar de Luan durante os treinos, ou mesmo daqueles 20 jogos atrás, quando ele ainda era relacionado. A verdade não foge do olhar, expressivo e único de um herói reprimido.