Paulo Ferreira
Essa situação da compra do Hugo é um exemplo de como no Corinthians se rasga dinheiro como se se não fosse nada e serve para explicar a quem não entende como é que um clube desse tamanho e com esse potencial de arrecadação chega a uma dívida dessa.
A real é que independente de quem hoje é situação ou oposição, toda essa turma já esteve do mesmo lado em algum momento e o modus operandi de descaso com a grana da instituição é o mesmo.
Duvido que em suas empresas particulares os dirigentes façam negócios bizarros como esse, sem sentido nenhum, e saem alegando confusão de datas.
Vamos ser claros aqui: você pega um jogador por empréstimo, até onde se sabe com valor de compra estipulado. De repente, quando se inicia uma pressão pela compra do atleta que vem tendo boas atuações, surge uma novidade mirabolante de que você pode comprar, mas não pode ser na hora que quer, tem que ser depois.
É a mesma coisa que você querer antecipar o pagamento de parcelas do cartão de crédito e o banco falar não, algo sem lógica alguma.
Só que no caso aí tem um agravante, que é uma multa de 500 mil cada vez que o jogador precisa enfrentar o Flamengo, ou seja, você paga 200 mil euros pelo empréstimo (cerca de 1 milhão e 200 mil Reais), fica estipulado que para a compra definitiva tem de pagar mais 800 mil euros (cerca de 4 milhões e 800 mil Reais), só que nessa brincadeira já foram 500 mil Reais pra jogar pelo Brasileiro e agora vão ser mais 500 mil Reais para jogar a partida de ida da Copa do Brasil, isso se não aparecer mais nenhuma surpresa até o jogo de volta do tipo - 'Foi mal, Fiel, alguém esqueceu uma assinatura e o banco não liberou a verba antes do jogo de volta, vamos ter de pagar mais 500 mil'.
É difícil acreditar em tanto amadorismo ou ingenuidade em um meio que movimenta tanto dinheiro, um negócio de cerca de 6 milhões daqui a pouco já está indo para 7 milhões ou 7 milhões e meio, sob a alegação de que você quer comprar o goleiro, tem prioridade na compra, mas por contrato o vendedor não aceita o pagamento até data X (que até ontem era data Y).
É capaz de só em multas o valor sair maior do que o do empréstimo e, por mais que o desempenho do Hugo em campo esteja valendo até mais de 7,5 milhões para os padrões atuais de valores do futebol, apostar em um goleiro que estava desacreditado no Flamengo só não vai ficar mais barato porque as gestões do Corinthians tem por característica nunca levar vantagem em contratos.
Aliás, fizemos um acordo com o mesmo Flamengo na faixa dos 5 milhões de dólares por 60% do Matheuzinho que inicialmente viria por um empréstimo praticamente só pelo pagamento dos salários, ou seja, na fábula do 'todo dia saem de casa um malandro e um otário e quando eles se encontram dá negócio', tá na cara em qual papel os cartolas fazem questão de colocar o Corinthians.
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