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em Análise dos jogos > [QUADRO ALVINEGRO] Números de Vasco x Corinthians
Em resposta ao tópico:
Salve Fiel,
Com alguns dias de atraso, escrevo o quadro alvinegro dessa semana. Levou um tempo pra digerir o jogo da quarta - que jogo! - e poder montar o tópico aqui. Um jogo completamente fora da curva do Coringão, por vários motivos: desfalques de data FIFA, adversário inconstante, jogador improvisado, reservas com pouco tempo de jogo no ano até aqui... Graças a São Jorge tudo saiu bem. E como o futebol é louco como só o futebol pode ser, começamos a rodada como a melhor defesa do campeonato e a terminamos como o segundo melhor ataque.
Uma das razões pelas quais o jogo do Corinthians foi atípico quarta-feira foi a quantidade de passe (270), bem longe do que o Corinthians costuma trocar por jogo (a menor quantidade nossa no campeonato até agora foi 342 contra o Atlético Goianiense). No mais, o mapa de passes mostra coisas que já imaginávamos, como Jadson ocupando o papel do Rodriguinho de atuar mais a frente, sobrando fora das duas linhas de quatro quando o time está sem a bola.
Isso já era perceptível no passmap, mas o time atuou meio 'torto' por causa da presença de Paulo Roberto na lateral direita. Era esperado que ele fosse avançar menos e que isso poderia dar mais liberdade ao Guilherme Arana na outra lateral. O primeiro mapa é sobre a distribuição dos nossos ataques entre esquerda, meio e direita, e o segundo distribui os chutes. Em detalhe:
Esse mapa pode mostrar a diferença que a ausência de um homem faz no ataque pra exercer superioridade numérica contra o adversário. Sem a presença de um lateral com qualidade no ataque, a maioria dos nossos chutes partiu da esquerda.
Acho que ao olhar as estatísticas gerais, o que mais se espanta é a efetividade do Corinthians. Fica claro que o Vasco atacou mais o Corinthians - teve quase o triplo de finalizações, superioridade nos passes e 14 x 1 (!) nos escanteios. E ainda assim nosso time foi capaz de enfiar 5 no Vasco em São Januário. Tem bastante a ver com a fragilidade do adversário, é verdade. Mas não podemos omitir os méritos do nosso time.
Aqui outro indicador da efetividade do Corinthians. Mesmo criando chances que, em um jogo normal, não passaria de um gol marcado - não é incomum um time alcançar mais de 1,5 de xG* na partida e passar em branco. Isso em se considerando o salto no gráfico do gol do Jô, em que ele finaliza equilibrado e sem goleiro, ou seja, com chances imensas de resultar em gol. Assusta um pouco os grandes períodos em que o time não finalizou nenhum vez em gol, como dos 3 aos 38 minutos e dos 62 aos 82.
Pra se ter ideia da eficiência do Corinthians, é o segundo time que menos precisa de finalizações para marcar um gol (5,5, apenas atrás do Grêmio) e o segundo que precisa de mais finalizações em direção ao seu gol para sofrer um gol (23, apenas atrás do Coritiba). Vale destacar também que o Corinthians está A MAIS DE 24 HORAS sem ficar atrás no placar: a última vez foi contra o São Paulo na fase de grupos do Paulista. São 1480 minutos desde então. Fraco o trabalho de Fábio Carille?
De acordo com o índice WhoScored, Luís Fabiano foi o melhor jogador em campo com 8,9, com Jô logo atrás com 8,7. Incrível a eficácia de Jô: 6 finalizações a gol no Brasileirão e 4 gols. Monstro. Vale destacar também a bela performance dos reservas Marquinhos Gabriel, Clayson e Clayton, que conseguiram se sair bem e se mostraram entrosados com o time titular.
Fiel, não é novidade nenhuma, mas não custa reforçar: estamos no caminho certo. É o terceiro jogo seguido do Corinthians com mais de 10 assistências para finalização, estatística que nenhum time do campeonato conseguiu repetir nos últimos 3 jogos. Aparentemente nosso problema na criação de jogadas está ficando cada vez mais pra trás... Grande parte dos nossos gols até aqui vem saindo como foi o primeiro gol contra o Vasco, de pé em pé, no máximo dois toques na bola, lembrando as triangulações de 2015. De acordo com setoristas do clube, é uma jogada muito trabalhada nos treinos. Uma prática do Carille nos treinamentos é de NUNCA colocar o time reserva pra emular os posicionamentos do adversário; os reservas treinam sempre como os titulares, com a mesma lógica. No gol de Marquinhos Gabriel, por exemplo, Clayson e Marquinhos participam da tabela como se fossem titulares, já entrosados com o resto do elenco.
A grande herança do último jogo foi: 1) mostrar que o nosso time está atingindo a cada dia um nível maior de maturidade, ficando cascudo e preparado para as circunstâncias do jogo e 2) abrir o leque do nosso elenco, mostrando que temos reservas que podem sim suprir as ausências dos titulares sem grandes prejuízos. Tomamos 2 gols em 2 minutos, é verdade, mas deve-se lembrar que jogamos sem Fagner e Romero, 2 dos 3 jogadores do time que mais desarmaram no campeonato até aqui. Além disso, grande destaque para a frieza do time que, depois de tomar 2 gols em 2 minutos fora de casa logo após chegar do intervalo, conseguiu botar a bola no chão e retomar o equilíbrio.
Que venha o São Paulo!
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Fontes: Footstats, WhoScored e Opta via @11tegen11.
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