Tite ou Mano? Corinthians é disparado o clube mais bagunçado do Brasil
Opinião de Ana Paula Araújo
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Mesmo depois de presenciar coisas inimagináveis cobrindo o dia-a-dia do Corinthians, o clube me surpreendeu ao demitir o técnico Vanderlei Luxemburgo nesta quarta-feira (27). Tamanho amadorismo, não era previsto por mim. Até porque, oportunidades para dispensá-lo ao longo da temporada não faltaram. Antes de um Majestoso e prestes a decidir a vida na Sul-Americana foi muito arriscado.
Para começo de conversa, Luxemburgo sequer deveria ter voltado ao Corinthians. No mercado havia nomes melhores. Vanderlei já tinha demonstrado claramente que não estava mais preparado para gerir uma equipe de grande porte como o Corinthians, inclusive, foi até candidato a cargo público. Se isso não é abdicar de sua carreira, eu não sei mais o que é. Porém, como já tinha sido contratado, momentos oportunos não faltaram ao longo do ano para mandá-lo embora. O clube não aproveitou nenhum delas.
Duilio escolheu, na minha opinião, a pior hora para tomar essa atitude. Inclusive, eu não posso sequer usar o termo "trocar de técnico", pois, em mais uma de suas façanhas, o presidente alvinegro não tem um nome certo para ocupar o cargo que agora está vago.
Tite foi cogitado, mas, aparentemente não virá. Sobre isso, gostaria muito de pontuar algumas coisas. A primeira delas é que eu não iria atrás do dele e explico o porquê. Obviamente Adenor é melhor nome que Luxemburgo e, entre os dois, seria escolha certa. Entretanto, olhar pra o passado e tentar repeti-lo vai nos levar ao futuro? Não creio. O Corinthians já fez isso várias vezes ao repatriar jogadores. Atletas que, outrora, foram bem aqui, ganharam títulos, mas hoje não correspondem mais como antes. Chamar Tite de volta seria dar continuidade a um círculo vicioso que se iniciou há uns bons dez anos.
Além de tudo isso, ir lá mexer com o técnico justamente quando começam a ganhar força notícias que ele pode assinar com o Flamengo foi uma ideia bem ruim porque, além da exposição de poder receber um não, há a possibilidade de levar o famoso chapéu de um rival e criar um desgaste entre ele, clube e torcida.
Macular uma história como a de Tite no Corinthians chega a ser um crime. Talvez até por medo disso, Adenor tenha rechaçado o clube do Parque São Jorge em mais de uma oportunidade. Sensatez do técnico, insensatez da diretoria. Alguma surpresa?
Outro nome em pauta é Mano Menezes. Esse parece que tem tudo para acertar. Mano é melhor que Luxemburgo atualmente? Sem dúvidas, mas será que não é outra repetição de ciclo?
Chama o Mano, o Mano vem, reformula o elenco, sai, volta o Tite e continua tudo igual.
Mas agora, com a corda no pescoço, num final de temporada, chamar quem? Planejamento zero.
Eu digo e repito quantas vezes forem necessárias que, enquanto o Corinthians usar o passado como base, não há futuro para o clube. É incrível que parece que os dirigentes somente veem seus acertos para se embasar, mas e os erros? Deveriam servir de exemplo para que não se repetissem. O tal erro em questão, que afundou o Corinthians, foi tentar repetir os acertos e não ter sucesso. Ora, então pare com isso e tente escrever uma história nova. Com caras novas, rostos novos, pensamentos novos.
É preciso renovar de dentro para fora para um futuro menos caótico para o Corinthians.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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