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Corinthians acerta mais uma vez e marca outro golaço fora de campo
Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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Corinthians acerta mais uma vez e marca outro golaço fora de campo

Corinthians contrata a psicóloga Anahy Couto para o futebol masculino

Foto: Divulgação / MIBR

O Corinthians anunciou hoje a contratação da psicológa Anahy Couto para seu elenco profissional masculino. Na minha opinião, um grande acerto por parte da diretoria.

Há anos é notório como o Corinthians se sentia pressionado e não rendia absolutamente nada em campo, e isso ante adversários claramente inferiores técnica e taticamente. O que impedia o time de rende se não a mente? Seu cérebro pode te levar muito longe, mas também pode te amarrar e te segurar tão fortemente no lugar que parece ser impossível sair.

Era de suma importância ter alguém para acompanhar como anda a cabeça dos atletas e ajudá-los a se recuperarem mais rapidamente e de maneira mais sólida. Mente sã, corpo são.

O Corinthians, inclusive, demorou a ter um trabalhador de psicologia para o masculino. Outros clubes da Série A já contavam com esse profissional no elenco.

Em entrevista ao Portal Terra, o psicólogo Eduardo Cillo, que coordena o departamento de psicologia do Comitê Olímpico do Brasil, comentou sobre o assunto.

"Não fazer gol durante um período é normal independentemente do nível de experiência e da expectativa que se tem sobre o jogador. Isso faz parte. Nessa hora, no entanto, é preciso blindar o jogador para não deixar que ele caia na pilha nem se deixe levar por algum tipo de ansiedade, de querer resolver logo ou fazer de uma vez. Se ele seguir contribuindo com o time no coletivo, uma hora essa bola vai entrar e aí a situação estará resolvida", afirmou.

O futebol, cada vez mais profissionalizado, exige muito de quem vive dele e a incidência de transtornos mentais não é algo raro. Ansiedade, depressão e várias questões de cunho psicológico têm limitado potenciais talentos pelo mundo todo.

Recemente, no Corintihans mesmo, Luan viveu uma questão controversa e que poderia ter tido uma atenção mais focada, vinda, claro, de alguns anos atrás. Quem sabe ele não continuaria por mais tempo sendo o bom jogador que já mostrou que pode ser.

Nilmar é um caso de depressão que se tornou público e é comentado abertamente por ele.

Numa entrevista para o jornalista Duda Garbi, em seu canal do Youtube, o ex-atleta falou sobre seu caso.

“Eu fui entender que é um ‘pote’ que encheu no momento eu tive uma paralisação depois de um jogo em Minas Gerais. Na concentração eu estava tão estressado que não tinha vontade de treinar, de jogar, tinha perdido o prazer daquilo que eu mais amava. Paralisou todo meu lado direito do corpo, fui para o hospital e fiquei dois dias. Exames no corpo todo e não tinha nada. Coração a 200 por hora e não era nada. Procurei ajuda, foram seis meses sem fazer nada, só deitado no sofá. Eu tinha vergonha. O que me conformou foram pessoas que passaram pelo problema, conhecidas, treinadores famosos, jogadores, que tiveram e não vieram a público. Aquilo foi me confortando, fui conversando com eles. É uma coisa química. Procurei ajuda, psicólogo, tomei medicamentos. Foi difícil aceitar me medicar.”, afirmou.

Ainda é uma barreira não só entre jogadores, mas na sociedade em geral. Assumir que sofremos de algum transtorno mental já foi algo marginalizado pela sociedade. Quem tinha questões psicológicas a serem resolvidas/tratadas era tido como louco.

Hoje, cada vez mais temos ciência de famosos e pessoas da mídia assumindo suas condições e influenciando gente comum, como nós, a procurar a ajuda.

Você sabia que o Brasil é o país com mais transtornos mentais na América, segundo a OMS? São 19 milhões de pessoas sofrendo com algum problema de esfera mental.

É um grande passo não só para o Corinthians, mas para seus atletas e torcedores.

Mais uma vez a diretoria dando uma bola dentro, outro golaço. Esperamos que em breve possamos ver os resultados convertidos em campo e na vida pessoal de todos os envolvidos.

Veja mais em: Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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