Democracia no Corinthians acabou em 1984
Opinião de Danilo Augusto
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Nas redes sociais, o Corinthians se orgulha da Democracia Corinthiana, movimento feito por jogadores do clube entre 1983 e 1984. Na prática, tal democracia passa longe do Parque São Jorge. Sou sócio do Fiel Torcedor e também do clube social no Parque São Jorge e não tenho nem mesmo a opção de votar na eleição de presidente do Corinthians em novembro.
Como me tornei sócio em 2017, só poderei votar depois de 2022, já que exigem cinco anos de sócio para escolher alguém. Tal medida protege no curto prazo uma pessoa rica de colocar dois mil sócios no clube e ganhar a eleição de forma comprada.
Em contra partida, com a base eleitoral praticamente fixa, é raro que o grupo que esteja no poder saia do poder. Não a toa o mesmo grupo comanda o clube há 12 anos.
Sendo assim, cerca de 3.600 corinthianos votaram em 2017. Só 3.600. Isso significa que 99.99% dos 36 milhões de corinthianos não puderam escolher o presidente nas últimas eleições.
Além da questão eleitoral, como sabem, esse site vem sendo alvo do departamento jurídico do Corinthians, depois de diversas matérias expondo a situação financeira do time.
Em junho, o Corinthians tentou uma liminar para tirar o site do ar, que foi negada pelo juiz. Nesta semana, o escritório contratado pelo clube insistiu ainda, com um recurso judicial chamado "agravo de instrumento". A liminar no recurso, também foi negada pelo desembargador responsável. Parece que, em meio a tantos processos que o clube vem na justiça, escolheram um para usar todas as forças.
A tentativa de derrubar o site vai completamente contra os ideais de uma democracia. Uma imprensa livre é tão importante que o balanço do Corinthians será refeito nesse ano por conta de uma matéria do Meu Timão.
Por último, acredito que praticamente 100% dos corinthianos são favoráveis a membros do Fiel Torcedor ter poder de voto no clube. Assim como acredito que quase 100% são contra a criação e a manutenção da equipe sub-23. Mas quem liga para o que a torcida quer?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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