Eliminação do Corinthians no Paulista: um mal necessário?
Opinião de Matheus Fiuza
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Ano após ano, o Campeonato Paulista vira e mexe traz discussões a respeito da sua importância para a temporada do Corinthians. Dessa vez, em meio à mudança de gestão e nova eliminação precoce na fase de grupos do Estadual, a pergunta que fica é: afinal, "faz parte" encerrar sua participação logo na primeira fase?
Antes de responder, é importante uma rápida contextualização. Após 16 anos sob o comando da Renovação & Transparência, o Parque São Jorge exigia uma mudança, que veio com a chegada de Augusto Melo à presidência. Entre promessas, desejos e realizações, juntos a um caminhão de dívidas, era natural uma dificuldade para reconstruir um elenco que pedia renovações e ares novos no grupo.
Apesar da ruptura com parte de jogadores e diretoria antiga, um aspecto se manteve: a comissão técnica. Após um 2023 aquém em desempenho e resultados - muito ligado à falta de convicção de Duilio Monteiro Alves ao longo da temporada -, Mano Menezes, que chegou em setembro, foi mantido no cargo, apesar das dúvidas de Augusto Melo. Os desempenhos e resultados, mais uma vez, falaram por conta própria, e não houve tempo suficiente para António Oliveira resgatar as chances de classificação após a demissão do ex-comandante.
Em meio ao caos, o Timão tentou se acertar e, aparentemente, encontrou um caminho com o português. O corinthiano começa a vislumbrar um cenário otimista com o treinador, que entende onde está e mostra capacidade de enxergar problemas. Mas, é claro, o sonho dele e da Fiel é que a equipe estivesse viva, pois, um clube como o Corinthians, não pode ver a eliminação como bons olhos de forma alguma.
Isso porque é inadmissível, nos moldes atuais do Campeonato Paulista, o Corinthians, novamente, ser eliminado na fase de grupos, ainda mais com uma rodada de antecedência. Em um regulamento, que por si só já deixaria as mirabolantes ideias dos norte-americanos no chinelo, feito para favorecer os quatro grandes do estado, torna a situação ainda mais incompreensível.
Ninguém gosta de ser eliminado dessa forma, mesmo que isso gere mais tempo de treino e assimilação das ideias do treinador junto ao elenco, que contou com dez novos nomes para a temporada - até domingo, Igor Coronado sequer havia estreado. Além disso, o tempo perdido com o ex-treinador tirou quaisquer chances de o torcedor observar a presença do time campeão da Copinha de 2024, cujos nomes poucos atuaram no Estadual. Tempo este que, como se sabe, é impossível de ser recuperado no calendário nacional.
A régua, que estava baixa antes da vinda do português, precisa subir e se adequar ao tamanho do Corinthians, algo que está voltando a ocorrer. A eliminação, pelo contexto, poderia acontecer e se concretizou, mas não se pode levar como normalidade.
O futuro do Timão, agora em novas mãos, não parece indicar que haverá novos "males necessários" para o clube na temporada. É hora de recolocar o Corinthians no seu devido lugar, apesar das dores e tristezas.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.