Amistoso do Corinthians contra um time da Série C no Paraná: quanto isso vale para o clube?
Opinião de Matheus Fiuza
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Após a eliminação precoce do Corinthians no Campeonato Paulista e a classificação na Copa do Brasil, o elenco comandado por António Oliveira ganhou longas semanas para se ajustar e estrear na Sul-Americana. No meio do caminho, porém, o Timão viajará até Cascavel, no oeste do Paraná, para enfrentar o Londrina, em partida amistosa. Afinal, qual o valor e o significado dessa partida para o clube?
O primeiro deles, obviamente, está dentro de campo. Esse será o único compromisso na "intertemporada", após dias recheados de treinos e atividades para os atletas, que vinham embalados desde a chegada do português. Não foi o suficiente para evitar a eliminação no Estadual, mas mostrou sinais positivos que fizeram o torcedor aguardar ansioso pelo retorno aos gramados, mesmo que seja um amistoso.
O período no CT, querendo ou não, se tornou necessário para o técnico português entender ainda mais o elenco (e vice-versa), já que houve uma mudança de rota no meio do percurso, com a atrasada saída de Mano Menezes. Contra a equipe paranaense, que está na Série C nacional, é bom ter pés no chão, seja pelo nível do adversário ou pelo caráter da partida, para não criar (ou destruir) expectativas do que pode ser o Corinthians em 2024. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
Será interessante observar alguns indícios do que António Oliveira utilizou na última partida oficial, contra o São Bernardo. A elogiada e esperada dupla Raniele e Bidon pode dar as caras novamente, além de Yuri Alberto e Pedro Raul juntos mais uma vez após o sucesso na Copa do Brasil. Seja por desfalques ou opção técnica, os novos desenhos podem moldar o Corinthians, que precisa de ritmo de jogo para a almejada estreia na Sul-Americana - contra adversários bem inferiores, vale lembrar.
Porém, o principal valor está fora dos gramados. A gigantesca torcida do Corinthians, espalhada pelo país (e fora dele), quer ter a oportunidade de ver sua equipe jogar de perto ao menos uma vez. Àqueles fora de São Paulo, como é Cascavel, cidade que teve a honra de receber o elenco da Democracia Corinthiana, conquistou a segunda chance de sua história.
Tanto se falou sobre a desconexão entre clube e torcida nos últimos anos, seja qual fosse o fator. Visitar um celeiro de corinthianos, como é o caso do estado paranaense, é a prova de que é preciso ir além dos números de sócios torcedores. É necessário se aproximar, engajar, sentir de perto a torcida, que se faz presente em qualquer canto do planeta.
O ano, que começou esperançoso com a nova gestão, mas começou a decepcionar pelo desempenho em campo, passa a ter um novo significado para o clube e para torcida. Depois de visitar Londrina, que curiosamente será o adversário da vez, tudo que o corinthiano deseja, onde quer que esteja, é ver seus ídolos ao seu lado e abastecer essa paixão que ultrapassa fronteiras.
A depender do ponto de vista, o amistoso pode ser uma Copa do Mundo ou apenas um jogo-treino qualquer. Ele talvez não sirva de conclusão para a sequência de 2024, mas vai provar que uma torcida apaixonada quer ver um time competitivo. E isso, com António Oliveira, o Corinthians já mostrou ser capaz.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.