Daqui menos de uma semana, o Corinthians vai conhecer o seu novo presidente. A eleição está marcada para sábado, dia 25 de novembro, no Parque São Jorge. Somente dois nomes concorrem ao cargo máximo: André Luiz de Oliveira, pela situação, e Augusto Melo, pela oposição.

Independentemente de quem ganhe nas urnas no sábado, eu sei dizer quem perde: o torcedor do Corinthians. E vou enumerar abaixo cinco pontos que, para mim, fazem todo esse processo eleitoral do Timão ser uma vergonha.

1) Favorecimento ao clube social

Um dos pontos é a eleição ser, em sua maioria, voltada ao Parque São Jorge, sede social do Corinthians. Lá é que tudo acontece, os bastidores, as demandas por votos, os interesses, tudo. Por conta disso, vemos fatos como novas churrasqueiras ou melhorias em estruturas da sede sendo tratados de maneira tão relevante.

2) O descaso com o futebol

Justamente por conta do item acima temos um descaso com o principal produto do Corinthians. Ah, você só fala isso por que não é sócia do clube e só se importa com o futebol. Não, falo isso por que é onde está o dinheiro, onde está a valorização da marca, onde está o que faz a engrenagem girar. E é também onde estão os maiores problemas, as maiores promessas e as maiores irresponsabilidades. O foco é conseguir voto, nem que para isso se tenha que prometer mundos e fundos, que possam, depois, afetar ainda mais o cenário já bem complicado do futebol do Corinthians atual.

3) Os mesmos de sempre

Os candidatos, ano após ano, parecem os mesmos. Mudam os nomes, CPFs, mas ainda assim se parecem os mesmos. De um lado, um que representa o sistema que perpertua há anos no clube; do outro, um que parece só estar ali para falar mal (ainda que com razão em muitas das coisas) do grupo que está no comando. Dos dois lados, pessoas com manchas no passado e no presente, com problemas na Justiça, com históricos de polêmicas dentro do próprio Corinthians. Os mesmos cenários de todas as eleições. Os mesmos grupos, as mesmas pessoas já conhecidas ao redor, os mesmos nomes que já fazem parte da política corinthiana há tanto tempo.

4) A baixaria da disputa política

Esses nomes e cenários repetitivos também são responsáveis pela baixaria que vivenciamos nos últimos meses. Debates e entrevistas que mais parecem uma briga de adolescentes, acusações, muros pichados, áudios vazados, processos na Justiça, de tudo um pouco. O objetivo é causar a derrota do adversário, mas eu só consigo ver o nome do Corinthians sendo jogado ainda mais na lama. Os candidatos mais parecem interessados em brigar um com o outro do que no bem do Corinthians.

5) A ausência da Fiel

E, o ponto mais importante: os privilegiados com o direito de voto não representam nem 0,01% da Fiel. No último pleito, em 2020, menos de três mil votaram para eleger Duilio Monteiro Alves. O torcedor do Corinthians sofre com planejamentos péssimos, troca de técnicos, contratações inexplicáveis, valores de ingressos e muitos outros problemas. Esse torcedor, injustamente, não vota para escolher quem vai comandar o seu time. Isso não faz o menor sentido e, para mim, é um dos fatores que faz com os quatro itens acima aconteçam sem a menor dificuldade.

O Corinthians parece estar em segundo plano para os envolvidos na eleição de sábado. O torcedor do Corinthians parece estar em terceiro, quarto, talvez, em último.

Então, repito: não importa o resultado das urnas no sábado, quem perde de qualquer forma é a Fiel.

Veja mais em: Eleições no Corinthians.

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