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Corinthians: o time que vende o almoço para comprar a janta
Victor Godoy

Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e no Meu Timão desde 2022. Corinthiano e, consequentemente, fã de futebol desde pequeno. Vivendo um sonho ao trabalhar com os dois ao mesmo tempo.

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Opinião de Victor Godoy

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Corinthians: o time que vende o almoço para comprar a janta

O Corinthians tem cada vez mais deixado o longo prazo de lado

Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Já veio a público as vendas de Pedro, de 17 anos, e Gustavo Mantuan, de 22, para o Zenit, da Rússia. Inclusive, com os respectivos percentuais que foram cedidos - isso merece elogios, diga-se de passagem, mas não vem ao caso. Em meio às vendas para "pagar dívidas", o Corinthians contrata Matías Rojas, de 27, e afirma ir atrás de outros jogadores no mercado. O time está preso em um ciclo de vender o almoço para comprar a janta e quem paga é a base.

Não é de hoje que o Corinthians não sabe como valorizar seus jovens e, pior ainda, muitas vezes maltrata-os. Na maior parte dos casos, o que era pra ser tratado como futuro do clube é descartado - isso, aliás, diz mais sobre o Timão do que deveria.

Foi assim com Marquinhos e Malcom e está sendo com Robert Renan e Pedro.

Ao ceder seus principais jovens, o clube peca em construir um legado a longo prazo. Robert Renan tinha condições de ser zagueiro do time profissional por muito tempo, assim como Pedro. Ambos poderiam entrar no recorde de vendas da história do clube, mas um foi cedido de graça e outro por 7% do valor de sua multa.

A safra de 2004-06 é uma das melhores do Timão nos últimos anos. O torcedor que acompanha o time principal e a base percebe isso. Biro já assumiu a titularidade, Felipe Augusto e Wesley ainda estão se consolidando e tanto Moscardo quanto Léo Mana deixaram boa impressão contra o Liverpool. Isso sem contar Murillo e Matheus Araújo, que nasceram em 2002.

Mesmo assim, esses jogadores são cedidos por "soluções imediatas" que, por mais que sejam boas contratações, não apresentam tanta margem para lucro futuro tampouco retorno técnico para o longo prazo. Rojas, com 27 anos, pode render bem, mas há pouca chance de ser vendido por um grande valor no futuro. Cuellar, de 31 anos, que foi especulado, provavelmente não entregaria tanto daqui três anos.

O hoje e o amanhã entram em conflito no Parque São Jorge e é necessário encontrar um equilíbrio, por mais que as dívidas não permitam.

Sobre o Zenit

Olhando além do dinheiro, o destino dessas joias é, possivelmente, um dos piores possíveis. Focando apenas no futebol, a Rússia é um país com muita dificuldade em fazer negócios internacionais.

Isso porque tem uma liga nacional muito fechada, que acaba fazendo com que as equipes negociem bastante entre si, mas não com estrangeiros. Ainda, no caso do Zenit, que é patrocinado pela Gazprom, principal estatal do país, possui dinheiro para pagar salários elevados, o que faz com que o jogador pense mais de uma vez antes de deixar o clube. Foi assim com Hulk, por exemplo.

O Meu Timão chegou a checar as maiores vendas do Zenit na história e apenas duas passaram os 40 milhões de euros. Chances baixas do Corinthians lucrar de forma elevada com alguma possível venda. Teria que ter muita vontade de algum dos jovens em atuar longe da Rússia e vontade do clube em negociá-los.

Outro ponto é que o Campeonato Russo não é tido com grande prestígio internacional. Assim, a maior amostragem dessas equipes acabam sendo em competições continentais, como Champions League e Europa League. No entanto, com o banimento das equipes por causa da Guerra da Ucrânia, essa possibilidade de visibilidade também é encurtada.

No entanto, o erro em não identificar isso é do Corinthians. O Zenit, por sua vez, contratou quatro das principais revelações do Timão nos últimos anos pagando apenas 11 milhões de euros e cedendo metade do passe de Yuri Alberto - sendo que mantém outros 50%!

Veja mais em: Mercado da bola, Contratações do Corinthians, Diretoria do Corinthians e Duílio Monteiro Alves.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Victor Godoy

Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e no Meu Timão desde 2022. Corinthiano e, consequentemente, fã de futebol desde pequeno. Vivendo um sonho ao trabalhar com os dois ao mesmo tempo.

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