Carlos Miguel faz defesas espetaculares, como Cássio, com a vantagem de saber interceptar bolas aéreas na área, ter segurança jogando com os pés, o que Cássio não sabe, e principalmente sabe armar jogadas e repor o jogo rapidamente possibilitando contrataques, o que pode ser extremamente decisivo.
Pode fazer a diferença entre ganhar ou perder.

Estou cansado de ver Cássio depois de uma defesa se levantar fazendo cera, mesmo perdendo, recolocar a bandana e ajeitar o cabelo, dar bronca em todos, ameaçar jogar na direita, ameaçar jogar na esquerda, ameaçar jogar no meio, reclamar de novo, e depois de não mais achar para quem passar, resolve dar um chutão a esmo, que geralmente sai pela lateral.

Sempre foi assim.

Só que o futebol evoluiu, e goleiro que não sabe minimamente jogar com os pés, que não sabe armar jogadas, que não sabe repor com rapidez, não serve mais.

Cássio se garantia pela segurança que transmitia ao time e pelo respeito que impunha ao adversário.
Raramente a bola passava. Não mais. A bola tá passando com muito mais frequência.

Os atacantes perderam o medo de arriscar. E estão cada vez mais percebendo que já não é tão seguro. Que se chutar, passa.

A má fae que o time atravessa há anos, também é um sintoma desse problema crônico, que ninguém tem coragem de mexer.

Desde o fim da segunda passagem de Carille que o time tenta ser mais ofensivo e não consegue, passando por diversos treinadores, e sempre tomando sufoco e dependendo sempre de defesas milagrosas e das pegadas de pênaltis, consagrando o próprio, que considero o nosso ponto fraco.

Se o futebol mudou, o perfil de atuação do goleiro mudou também.

Ou se muda, ou essa evolução que Antônio Oliveira tem conseguido com o time, vai ficar muito atrapalhada por insistirmos num goleiro que não combina com rapidez e fluência de jogo.