César Paula
Não há um parâmetro na história do Corinthians. A contratação do Cuca entrou para as ações das mais estapafúrdias da história corinthiana.
Duílio comprou uma briga enorme para trazer, não só alguém envolvido em uma história ofensiva às mulheres, mas um técnico mediano que pouco acrescentou ao futebol e ainda em um momento de jogos difíceis e decisivos que poderão fazer com que, em caso de insucessos (o primeiro já foi), ficar insustentável a sua permanência e isso em duas semanas de trabalho. Se isso ocorrer, Duílio também ficará em uma situação muito complicada.
O resumo da coisa é que Duílio fez uma aposta arriscadíssima e inconsequente já que nela, ele não tem nada a ganhar e muito a perder. Se Cuca, com toda a sua rejeição, ultrapassar essas barreiras iniciais ele continuará pressionado e, nesse caso, Duílio nada ganhará e se o Cuca não ultrapassar essas barreiras iniciais ele perderá tudo, até a condição de terminar o seu mandato com o mínimo de paz.
Mas Duílio fez mais. Atiçou a parte mais vencedora do clube. Nos últimos anos, exceção feita ao Futsal que trouxe uma taça de campeão brasileiro, o time feminino é quem acrescenta taças em profusão para o clube. A nota com o desconforto do time à contratação do Cuca, com o apoio do técnico campeoníssimo Arthur Elias, escancara a bobagem histórica cometida pelo Duílio.
E toda essa situação abriu os armários de torcedores que há cinco anos teriam vergonha de dizerem o que dizem hoje sem o menor pudor. Através dos comentários na rede, como neste portal, uma enxurrada despudorada de torcedores - que não guardam nenhuma relação com a formação histórica do Corinthians, sempre vinculado, desde 1910, às causas sociais e populares -, expuseram desavergonhados os seus perfis fascistas e, mais do que machistas, misóginos.
Duílio, junto com os manés da carne que trafegam lépidos pelas alamedas do Parque São Jorge, ajudou a abrir mais armários, esses que começaram a serem abertos em 2018.