Luis Vasconcellos
1) O Corinthians mesmo endividado é uma máquina de gerar dinheiro, caso seja bem administrado. Tem uma arena nova que pode ser ampliada e uma torcida fiel e consumidora. A XP já havia tentado intermediar um negócio desses na gestão do Duílio. Há várias maneiras disso ser feito e não tenho dúvidas que sobrariam investidores.
2) Pouquíssimas pessoas ligadas ao clube seriam a favor da SAF. Nem o Augusto, nem a turma da R&T, nem a grande maioria dos conselheiros, nem as torcidas organizadas. Só aceitariam se esgotassem as possibilidades de sugarem o clube. E esse é o problema. Isso só vai pra frente se o clube cair novamente e a coisa realmente desandar.
Conclusão: nossa única esperança é que o atual presidente em um breve momento de lucidez entenda a gravidade da situação e veja que a única saída é a contratação e carta-branca para um CEO e uma equipe profissional. Só que as chances são pequenas, porque ninguém quer dar carta-branca para um profissional. Já teve houve no passado exemplos de profissionais boicotados ou traídos no clube. Tivemos em 1997 um grupo de economistas chamado GAP – Grupo de Apoio à Presidência formado Eduardo Rocha Azevedo (ex presidente da BOVESPA), Luis Paulo Rosenberg (sim, ele mesmo), Emir Capez e Ibrahim Eris (ex-presidente do Banco Central). Esse grupo trouxe o Banco Excel. Quatro meses depois o grupo renunciou pois eles tinham um acordo com o presidente de que todas as contratações passariam por eles, mas descobriram (pela imprensa?) que o então diretor de futebol, José Mansur, estava negociando a contratação do zagueiro Antônio Carlos. Depois em 1999 veio a Hicks, Muse, Tate & Furst Incorporated trazida por J. Havilla. O Corinthians vendeu o controle de departamento de futebol, transferindo 85% para a empresa norte-americana e formando a Corinthians Licenciamento Ltda. Investiram milhões para pagamento de dívidas, folha de pagamento e compra de jogadores A parceria acabou em 2002 sob a alegação de que o Corinthians não cumpriu algumas cláusulas. Além disso, entraram com uma ação cobrando R$ 45 milhões do Timão.