O estranho mundo do Sub-23 do Corinthians
Opinião de Mayara Munhoz
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Existem muitas coisas que não fazem sentido no Corinthians e levantam mais dúvidas que certezas. A grande novidade nessa área é a categoria Sub-23, recém-criada pelo diretoria alvinegra.
Quando criada, o intuito era dar chance para os jogadores que não tinham mais idade para atuar no Sub-20 e para os que ainda não estavam prontos para o profissional. A equipe disputaria duas competições: o Brasileiro de Aspirantes e a Copa Paulista.
Até aí, tudo bem. Mas, apesar da boa intenção, tudo começou de maneira estranha. Alguns jogadores já tinham sido reintegrados ao time, como Rodrigo Figueiredo e Renan Areias, e já treinavam no CT da base. Mesmo assim, o clube ainda não tinha definido quem seriam os responsáveis pela comunicação e tinha dificuldade em informar novidades sobre os reforços.
Depois, estrutura definida, jogo-treino com profissional e tudo se encaminhando. O que ninguém esperava era a contratação de 15 novos jogadores para a categoria que deveria aproveitar quem não tinha sendo aproveitado. Entre os 15 novos nomes, estão jovens que possuem idade para o Sub-20, o que é ainda mais estranho.
- Jorge Colmán (atacante, ex-Olímpia-PAR)
- Fran (meia-atacante, ex-Primavera)
- Hugo Borges (atacante, ex-Vasco)
- Gabriel Silva (ponta, ex-Flamengo)
- Luan (lateral-esquerdo, ex-Vasco)
- Willian Felix (lateral-esquerdo, ex-São Bernardo)
- Reifit (meia, ex-Flamengo)
- Emerson (volante, ex-CRAP)
- Raul (lateral-direito, ex-Grêmio)
- Christofer (goleiro, ex-Capivariano)
- Eduardo Britto (zagueiro, ex-Bangu)
- Gil (atacante, ex-XV de Jaú)
- Rodrigo Fernandes (volante, ex-Vasco)
- Eduardo Gonçalves (volante, ex-Palmeiras)
- Gabriel de Paula (zagueiro, ex-Juventus)
O excesso de novos jogadores levantou mais dúvidas nos torcedores, que não demonstram gostar da nova categoria. Para piorar, os jogos estão sendo realizados com portões fechados e a torcida nem tem conseguido acompanhar presencialmente o novo time.
Falando em jogos, aliás, o elenco Sub-23 já tem até problema com calendário. Disputando o Brasileiro de Aspirantes, a equipe se prepara para a estreia da Copa Paulista, já nesse final de semana. Além das duas competições, a diretoria ainda marcou um amistoso com o Central de Caruaru, de Pernambuco, no dia 30. Serão, então, cinco jogos em menos de dez dias se nada for alterado no calendário.
- 21 de junho - Brasileirão - Athletico x Corinthians
- 23 de junho - Copa Paulista - Juventus x Corinthians
- 27 de junho - Brasileirão -Corinthians x Santos
- 28 de junho - Copa Paulista -Corinthians x Taubaté
- 30 de junho - Amistoso - Central de Caruaru x Corinthians
- 4 de julho - Brasileirão - Sport x Corinthians
Tudo isso é um tanto estranho, né? Eu adoro trabalhar com as categorias de base do clube, sempre procuro ir atrás de entrevistas, saber mais sobre os jogadores e etc. Tanto que ajudei o Danilo, dono aqui do site, a criar páginas exclusivas sobre os times - a do Sub-23, inclusive, já está no ar. Mas me deixa bem incomodada essas dúvidas em relação a essa categoria.
Para que trazer tantos novos nomes? E porque não utilizar quem fica sem jogar no profissional? Ou trazer de volta quem está emprestado sem conseguir jogar em outros clubes?
O Athletico Paranaense já mostrou que é possível ter um bom time Sub-23 e até utilizá-lo no lugar do profissional, como eles fazem no torneio estadual. Mas, sinceramente, não vejo esse time atual do Corinthians trilhando esse mesmo caminho. Gostaria que fizesse, mas não vejo.
Sigo na torcida pelos jovens e pelo Corinthians Sub-23. Espero (muito!) estar enganada sobre as minhas desconfianças em relação a esse elenco. Espero poder cobrir títulos desses jovens.
Mas gostaria bastante de ter minhas dúvidas solucionadas sobre esse estranho mundo do Sub-23.
Observação: antes de comentar aqui que tenho que dar um jeito de descobrir as respostas das dúvidas, adianto que estamos atrás disso. Estamos agendando uma entrevista com o diretor responsável pela categoria nos próximos dias para falarmos mais sobre o projeto e tirar as dúvidas de toda a torcida corinthiana sobre o Sub-23.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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