Decisão de não retomar o futebol em São Paulo mostra solidariedade e merece aplausos
Opinião de Mayara Munhoz
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Foi decidido pela Federação Paulista de Futebol na tarde desta segunda-feira que o Campeonato Paulista não será retomado tão cedo, seguindo as orientações das autoridades de saúde estadual e municipal. Além disso, os clubes concordaram em retornar aos treinamentos no mesmo dia a ser definido quando a situação da pandemia mostrar sinais de que é seguro praticar esportes coletivos, em alto nível sem riscos à saúde da população.
Apesar dessa decisão trazer certa frustração aos apaixonados pelo futebol, não vejo motivos para criticar o posicionamento da Federação e, principalmente, dos clubes.
Muitas vezes criticada (e com razão!) por priorizar interesses econômicos acima de quase tudo, a FPF, ao seguir as recomendações da OMS, passou uma mensagem importante a todos nós: a de que o futebol é parte da sociedade e deve se subordinar aos interesses comuns e fundamentais dos cidadãos. Desconheço os detalhes dos contratos comerciais do Campeonato Paulista, porém acredito que haverá grande perda de receita com essa situação que, ao que tudo indica, está longe de se normalizar.
O segundo ponto de destaque nessa decisão foi a união dos clubes em torno de um interesse comum. Os clubes poderiam muito bem estabelecer rotinas de treinos como tem sido feito em outros países, com treinamentos em campos separados, poucos jogadores por período, dentre outras atitudes já tomadas. Ou até mesmo como devem fazer Grêmio e Internacional a partir dessa semana. Isso talvez funcione bem na Europa.
Os dirigentes foram muito felizes em entender também as diferenças entre os clubes da capital, com estrutura semelhante aos grandes europeus, e os clubes do interior. Isso poderia aumentar ainda mais o abismo de performance que já existe. A decisão do retorno aos treinamentos numa data comum é, mais do que tudo, uma mostra de solidariedade e sinalização de que não é o momento para buscar oportunidades de obter vantagens para si mesmo.
Por fim, isso também nos permite refletir que, embora queiramos ver nosso Corinthians jogando, vencendo e sendo campeão o mais breve possível, é nosso dever colocar nossas vontades um pouco de lado, seguir orientações das autoridades e colaborarmos para o bem comum.
E que esses comportamentos façam parte do nosso dia a dia não só nessa crise, mas em todos os momentos daqui para frente.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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