Presente e futuro: como fica o Corinthians na Copa Sul-Americana?
Opinião de Ana Paula Araújo
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De forma desanimada, venho aqui falar sobre o trágico jogo da noite dessa quarta-feira, pela Sul-Americana.
Há pouco tempo, eu tinha feito uma coluna falando justamente a respeito de uma pequena euforia instaurada entre alguns torcedores sobre o Corinthians já estar na final da competição. Dito, feito e provado: o Del Valle não é bobo. Aliás, que time é bobo hoje no futebol mundial?
Mas o que mais me chocou, apesar do meu temor prévio sobre essa partida, foi uma postura totalmente fora do que o corinthiano está acostumado a testemunhar ao longo da história. O Corinthians foi covarde!
Um primeiro tempo em que o dono da casa esperou o adversário jogar. Adversário esse que é mais fraco tecnicamente, mas que, taticamente, deu um banho no anfitrião.
A diferença entre Corinthians e Del Valle? Os equatorianos queriam ganhar! Eles vieram para vencer! O treinador deles falou que não esperam ninguém ditar o ritmo. Isso sim é postura de quem almeja um grande título.
Aí você pode achar que o Corinthians começou bem o segundo tempo, mas eu não concordo. O Corinthians fez o que faz sempre, vai para o desespero. Para o tudo ou nada, cede mais espaços ao rival, que amplia o placar. Um filme repetido e cansativo.
E para fechar com chave de ouro, o Sr. Fábio Carille teve a audácia de culpar indiretamente os garotos do nosso elenco. Garotos esses que vêm sendo os melhores em campo em vários jogos. Vital, inclusive, teve uma ótima chance aos seus pés. Se ele queria experiência, ele tinha. Boselli amargou banco e está perdendo espaço para Gustavo. Por quê?
O Meu Timão, por sua vez, provou por A + B que o elenco adversário possui média de idade ainda menor que o Corinthians. Uma desonestidade da parte do técnico alvinegro.
Lembro que na minha primeira coluna falei sobre a incoerência de Carille, mas jamais pensei que ele chegaria tão longe.
O jogo no Brasil
Bom, vamos aos números? Trabalho melhor com eles.
Corinthians | Del Valle | |
Posse de bola | 51,54% | 48,46% |
Chutes certos | 4 | 3 |
Chutes errados | 11 | 4 |
Passes certos | 389 | 172 |
Passes errados | 45 | 31 |
A posse de bola do Timão foi maior e se concentrou em, mais da metade, no meio-campo.
- Corinthians precisou de 15 chutes para mandar quatro ao gol;
- Del Valle de apenas sete arremates para acertar três no alvo;
- de 15, o Corinthians não fez nenhum gol, enquanto que eles, de sete fizeram dois. Eles têm um aproveitamento de 28,57%.
Sabe a diferença entre eficácia e eficiência? O Corinthians explica isso de forma bem fácil em dígitos. Enquanto o Timão desperdiça chances demasiadas para conseguir chegar a um objetivo, o Del Valle consegue isso com menos tentativas. Eles são eficientes. Menos "recursos" e mais resultados.
Se fosse para eu definir o Corinthians, seria aquele cachorro que corre atrás do próprio rabo.
O jogo no Equador
Apesar de tudo, será que impossível ganhar na casa do Independiente del Valle? Minha resposta é: depende.
Depende do Corinthians. Da postura que vai adotar lá. Da proposta de jogo. Sendo assim, não há opção, não é mesmo? A proposta de jogo deve ser majoritariamente ofensiva. É tudo ou nada, mas veja bem, tudo ou nada jogando bola e não rifando a pelota, maltratando a coitada.
Falei aqui em outra ocasião sobre a altitude, que é o 12º jogador deles e garantiu que vencessem todas lá, pela Sul-Americana. Eles ainda não perderam em casa pela competição. Para piorar, não tomaram gols lá também.
E quem joga? Não podemos contar com Gabriel. Seu substituto imediato é Ralf e eu não mudaria nada aí.
A escalação acima, entendo que é o que Carille tem de melhor.
A defesa, apesar de ter falhado nos últimos duelos, não pode ser mudada. O garoto Carlos Augusto pecou em alguns jogos, mas chega mais que Avelar, porém, neste cenário, entendo que os meninos das pontas podem servir mais a Boselli que um lateral que suba tanto. Ainda temos que resguardar a defesa, de toda forma. Tomar um gol não é opção.
O meio-campo vou de Ralf e Urso. Não vejo Jesus como sendo melhor ou pior que atual segundo volante. Quanto a Ralf, não há como fugir do óbvio.
Na frente, a mobilidade dos garotos aliadas à experiência de Boselli.
O centroavante fixo na área com a garotada o municiando. Mauro é bom pelo alto e não costuma desperdiçar chances. Além disso, na altitude, Clayson e Love se cansariam mais fácil que os meninos.
Gostei do Janderson, ele tem recurso. Nessas horas, um talento individual como o dele ou os de Pedrinho e Vital podem fazer a diferença.
O Corinthians não tem nada a perder.
E você, torcedor, já perdeu a esperança? Certamente, não. Agora, de cabeça mais fria, você e eu ainda acreditamos, porque aqui é Corinthians!
Aqui é Corinthians apesar da covardia, apatia e má vontade.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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