Um grupo de torcedoras do Corinthians iniciou uma campanha contra a decisão da Nike de não comercializar a versão feminina da nova camisa 2 alvinegra. A iniciativa partiu de Alana Takano por meio das redes sociais nesta quarta-feira. Rapidamente, a ideia foi abraçada por outras torcedoras corinthianas.

A Nike, fornecedora de materiais esportivos, avisou que não será produzida a versão para mulher da nova camisa 2, a que foi feita em homenagem ao título de 1977 e lançada no último dia 23 de abril. O motivo, segundo a empresa, é a falta de procura por produtos femininos.

"A Nike esclarece que ao longo dos anos a demanda do público feminino pelas novas camisas do Corinthians é preferencialmente pela camisa principal. Seguindo essa tendência de mercado, a nova segunda camisa não será comercializada no modelo feminino", explicou a Nike, por meio de sua assessoria de imprensa, ao Meu Timão.

A justificativa não agradou Alana e nem outras torcedoras alvinegras. O grupo, então, criou uma campanha com hashtag #RespeitaAsTorcedorasNike e um abaixo-assinado no site Change.org, especializado nesse tipo de conteúdo. A estudante de farmácia de 22 anos contou ao Meu Timão que sempre foi muito difícil encontrar versões femininas das camisas oficiais do Corinthians para comprar.

"Eu só tenho camisetas oficiais. Quando lançam as camisas, se você não for atrás logo de cara elas somem do mapa. A camiseta laranja, por exemplo, fui atrás dela e não achava em canto algum. Moro em São Mateus (bairro da Zona Leste de São Paulo) e fui achar ela no Shopping Morumbi (na Zona Sul). Hoje, por algum motivo, você acha ela 'parada' em algumas lojas", explicou Alana, que possui uma coleção de camisa oficiais - veja foto abaixo.

Arquivo Pessoal

"A impressão que passa é que eles mandam um lote muito baixo. Aí como tem procura, eles mandam outro, mas já é tarde demais. Muitas já compraram outro modelo ou masculino mesmo", completou.

No texto que faz parte do abaixo-assinado, o grupo destaca que mais de 50% da torcida do Corinthians é composta por mulheres, segundo pesquisa do Ibope de 2015. Para Alana, os produtos vendidos pelo Corinthians para o público feminino nunca foram do mesmo nível que os produzidos para os homens.

"Acho que a palavra que melhor define é ofendida. Estou ofendida como torcedora, como consumidora e como mulher", desabafa a jovem.

"A linha feminina já era inferior a masculina, cheia de coisa rosa, brilho, símbolo com formato de coração. A única certeza de tradição que tínhamos como mulher eram as camisas I e II e agora somente a I. Ou seja, o que era pouco, passou a ser o mínimo", finalizou.

Até o momento desta publicação, o abaixo-assinado contava com pouco mais de 300 assinaturas. Nas redes sociais, a hashtag continua a ser usada e tem ganhado o apoio também de torcedores homens.

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