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Invasão Corinthiana no Maracanã completa 44 anos neste sábado; relembre detalhes

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Maracanã foi palco da primeira invasão corinthiana

Maracanã foi palco da primeira invasão corinthiana

Divulgação

O capítulo mais marcante da história da torcida do Corinthians completa 44 anos neste sábado. Foi em um 5 de dezembro, em 1976, que a Fiel cruzou os cerca de 400km até o Rio de Janeiro para dividir - e, para muitos, superar - a torcida do Fluminense no estádio do Maracanã, em duelo válido pela semifinal do Campeonato Brasileiro daquela temporada.

Boa demais para ser contada rapidamente, a Invasão Corinthiana ao maior estádio do mundo começou dois anos antes, quando o supercraque Roberto Rivellino deixou o Parque São Jorge e foi atuar pelo Fluminense após a derrota do Timão para o Palmeiras, no Campeonato Paulista de 1974.

Surgiam ali duas figuras fundamentais no que viria a seguir: Rivellino, o Reizinho do Parque, tornando-se um rival, e Francisco Horta, presidente do Fluminense, um marketeiro de primeira e provocador insaciável. Combinação que a Fiel tomou como combustível.

Depois de capengar em 1975 sem o seu principal jogador, o Timão chegou a 1976 mais acertado, mas ainda sob o trauma de duas décadas sem celebrar uma taça de grande repercussão. Assim como em edições anteriores, o time fez boa primeira fase, mas se via em queda de rendimento na hora de decidir uma vaga entre os finalistas.

A reação começou com uma goleada diante do Caxias, fora de casa, e foi confirmada com um triunfo sobre a Ponte Preta, no Pacaembu, que jogou o time novamente para o "bolo" dos líderes. Vicente Matheus, presidente do clube, disse que já via aquela equipe disputando a Libertadores da América no ano seguinte, em confiança exposta em campo: outras duas vitórias sobre Internacional e Santa Cruz fecharam a fase de classificação.

Em segundo na sua chave, ficou definido que o Timão enfrentaria o Fluminense, líder do outro grupo, em jogo único, na semifinal. Era o reencontro com Rivellino com um time embalado e o sonho real de ser campeão. Força motriz que já levaria a Fiel em peso ao Rio. Mas Horta queria mais.

O mandatário do Fluminense provocou os corinthianos, disse que a Via Dutra passaria a se chamar Estrada das Lágrimas e duvidou da capacidade dos corinthianos dividirem o Maracanã. O Banco Noroeste, com sede nas duas cidades, revendeu as entradas para os alvinegros em São Paulo e o cenário acabou montado.

De carro, ônibus e avião, cada um com sua história particular, mais de 70 mil torcedores alvinegros estiveram presentes no Maracanã. Há relatos de apoio de outras torcidas cariocas, como a do Botafogo e do Flamengo, mas a maciça maioria era corinthiana, lotando todas as partes turísticas do Rio desde as primeiras horas do dia.

"Durante toda a madrugada, os fanáticos do Timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta. A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: — “O Rio é uma cidade ocupada", escreveu brilhantemente n'O Globo Nelson Rodrigues, torcedor do Fluminense, sobre o impacto corinthiano na cidade.

Ainda que houvesse festa, o desafio em campo era enorme: parar um dos melhores times já montados na história do país. Para se ter uma ideia, oito jogadores daquele time eram presença constante na Seleção Brasileira, de Carlos Alberto Torres a Rivellino, passando por Gil, Dirceu, Edinho e Rodrigues Neto, os últimos quatro titulares do Brasil na Copa de 1978, um ano e meio depois.

Em campo, os mandantes abriram o placar com Carlos Alberto Pintinho e o temor de uma vitória fácil atingiu a torcida, mas a igualdade veio aos 30 minutos do primeiro tempo. Vaguinho cobrou escanteio, Geraldão cabeceou para o meio da área, mas Ruço apareceu para emendar uma meia bicicleta e fazer um golaço.

"Ruuuuço, beijinho doce. Olha só a festa no Maracanã! Festa do povo, alegria do povo! É isso aí, Ruço, Coringão empatando a partida. O maior espetáculo do mundo, feito na simplicidade do sorriso, da explosão e do amor! Amor por você, Corinthians, amor pelo seu futebol, pela sua camisa, pelo seu passado e pelo seu distintivo! O amor fala mais alto no Maracanã!", narrou Osmar Santos, abafado pela torcida do Corinthians, em palavras que fazem desabar de choro até o mais frio dos alvinegros.

A segunda etapa foi praticamente sem futebol. A tempestade que caiu sobre o Rio de Janeiro deixou o gramado sem condições de a bola rolar. Mesmo assim, o árbitro Saul Mendes prosseguiu com o duelo até o fim, para desespero dos cariocas, deixando a decisão para os pênaltis.

Na marca da cal, foi a vez de o goleiro Tobias brilhar. Neca, Ruço, Moisés e Zé Maria fizeram para o Timão. Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres pararam no arqueiro alvinegro, e o Corinthians classificou-se para a decisão.

Quase que numa demonstração de que aquele jogo merecia ser o maior da sua trajetória, o Corinthians foi superado pelo Internacional na decisão. Justo para a excelente equipe liderada por Falcão e justo para a memória da Fiel, o grande destaque daquele Brasileiro e 1976.

Veja mais em: Torcida do Corinthians e Jogos Históricos.

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