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Você sabe por que o ginásio do Corinthians leva o nome de Wlamir Marques?

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O ginásio do Corinthians foi nomeado de Wlamir Marques em homenagem ao ídolo de basquete que foi octacampeão paulista com o Timão

O ginásio do Corinthians foi nomeado de Wlamir Marques em homenagem ao ídolo de basquete que foi octacampeão paulista com o Timão

Beto Miller/ Ag. Corinthians

O Ginásio Poliesportivo Wlamir Marques, localizado no Parque São Jorge, é palco de jogos de basquete e futsal do Corinthians. Anteriormente, levava o nome de Ginásio Poliesportivo Parque São Jorge. A arena multiuso é coberta e tem capacidade para cerca de sete mil pessoas.

O espaço fica localizado na Rua São Jorge, 777, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. O ginásio é parte do complexo esportivo do clube social Parque São Jorge. O Estádio Alfredo Schürig, mais conhecido como Fazendinha, também está no mesmo local.

O nome do ginásio foi alterado em 2016 em homenagem a um ídolo que elevou o patamar do Brasil e do Timão no esporte da bola ao cesto. Mas você, torcedor corinthiano, conhece Wlamir Marques e toda a sua trajetória? O Meu Timão conta tudo abaixo. Confira!

O início da história de Wlamir no basquete

Wlamir Marques nasceu no dia 16 de julho de 1937, em São Vicente, São Paulo. Sua história com o basquete teve início aos dez anos de idade, quando entrou pela primeira vez em uma quadra perto de sua casa. Nos anos seguintes da infância, se dedicou a diversos esportes, como atletismo, natação, vôlei, futebol e outros. Com as chuteiras nos pés, treinou no Santos e Flamengo, e quase se tornou goleiro.

No entanto, por volta dos 13/14 anos foi diagnosticado com excesso de fadiga muscular e foi orientado pelo médico para diminuir as práticas esportivas. Dessa forma, acabou optando somente pelo basquete, modalidade que acreditava ter mais facilidade e brilhava seus olhos pela medalha de bronze na Olimpíada de 1948.

O primeiro time de basquete que Wlamir defendeu foi o Tumiaru, de sua cidade natal. Por lá, ficou dos dez aos 16 anos de idade. Em 1953, então, passou a defender o XV de Piracicaba, onde foi duas vezes campeão paulista. O grande passo de sua carreira veio em 1962, aos 25 anos de idade, quando passou a vestir a camisa do Corinthians.

A passagem ilustre no Corinthians

A chegada de Wlamir ao Parque São Jorge aconteceu de forma inusitada. Na época, o então presidente Vicente Matheus o trouxe após uma troca com a equipe de Piracicaba, cedendo um jogador de futebol.

O “Diabo Loiro”, como ficou conhecido, se destacava pela liderança, visão de jogo e um grande talento individual. Com seus 1,85m, tinha uma marca registrada: a bandeja com as duas mãos. Essa jogada consiste no arremesso realizado pelo jogador em suspensão e deslocamento, procurando muitas vezes a tabela como auxílio.

Vestindo a camisa 5 do Timão, o também apelidado como “Disco Voador” fez história em um jogo contra o Real Madrid, da Espanha. No dia 5 de julho de 1965, no ginásio localizado na Zona Leste de São Paulo, foi peça fundamental na vitória corinthiana contra os europeus por 118 a 109. Wlamir foi o cestinha daquela partida com 40 pontos convertidos. A nível de comparação, o segundo maior pontuador do duelo foi Ubiratan com 32 pontos. Emiliano Rodríguez, considerado o melhor jogador do Velho Continente na época, marcou 30 pontos.

Ainda sobre o confronto com o time da Europa, Wlamir já contou que quase não entrou em quadra naquele dia. O motivo foi uma gripe e depois uma reação alérgica ao remédio de tratamento. Com os dois olhos fechados, acionou o clube e recebeu uma injeção antialérgica. Mesmo medicado, relembrou que jogou com o olho esquerdo não totalmente aberto.

Wlamir fez parte do time do Corinthians que mudou o cenário brasileiro

Wlamir fez parte do time do Corinthians que mudou o cenário brasileiro

Reprodução

Com a camisa alvinegra, conquistou três campeonatos brasileiros. Ao lado de grandes jogadores como Edvar, Angelim, Ubiratan, Amaury, Borbola, Luizinho, Gilberto, e outros, também foi bicampeão sul-americano neste mesmo ano, e octacampeão paulista pelo clube.

Completando dez anos no Corinthians, a lenda se viu obrigada a mudar de equipe, visto que o Timão se desfez da modalidade. Com isso, foi atuar no Tênis Clube Campinas, onde além de jogar também comandou o time em algumas oportunidades.

Pós-carreira como atleta

Entre 1970 e 1982, Wlamir se dedicou à carreira de técnico de basquete. Em seu histórico, liderou Limeira, Jundiaí, Corinthians, Tênis Clube Campinas, Palmeiras, Hebraica, Cerquilho e Pinheiros. Na modalidade feminina, treinou: Corinthians, XV de Piracicaba e São Caetano. Sob o comando dessas equipes, foi três vezes campeão paulista feminino e uma vez no masculino.

Quando se aposentou do apito, tornou-se cronista e comentarista em emissoras como Globo, Manchete e nos canais Disney (Fox e ESPN). A lenda de 84 anos utilizou esse espaço, aliás, para discutir a falta de reconhecimento e incentivo na modalidade.

Homenagens no Corinthians

A carreira do jogador dentro das quadras, tanto como atleta como treinador, foi eternizada pelo Corinthians. Um dos maiores esportistas do país, Marques foi homenageado pelo clube em 22 de outubro de 2016, quando o ginásio do Parque São Jorge passou a se chamar Ginásio Poliesportivo Wlamir Marques.

Além de receber os jogos de basquete e futsal, o ginásio Wlamir Marques também é sede das eleições para presidente do Corinthians

Além de receber os jogos de basquete e futsal, o Ginásio Wlamir Marques também já foi sede das eleições para presidente do Corinthians

Danilo Fernandes / Meu Timão

Hoje, a arena localizada dentro da sede social do clube, recebe jogos de basquete e futsal. O local, inclusive, já recebeu jogos da Seleção Brasileira nas Eliminatórias das Américas para a Copa do Mundo de Basquete da China de 2018.

Além do nome no estádio, o multicampeão também já teve suas mãos marcadas na calçada da fama no Memorial do Parque São Jorge em 2012. Na época, declarou que “o homem começa a morrer quando não é lembrado”.

Wlamir Marques foi eternizado na Calçada da Fama do Corinthians no dia 25 de agosto de 2012

Wlamir Marques foi eternizado na Calçada da Fama do Corinthians no dia 25 de agosto de 2012

Reprodução / ESPN

Seleção Brasileira

Na Seleção Brasileira, o ídolo alvinegro tem uma bela história defendendo sua pátria. Com a amarelinha, fez história de 1959 a 1970, época em que o basquete teve seu auge no país. Nesse período, foi bronze em duas edições olímpicas: Roma 1960 e Tóquio 1964. Além disso, também participou dos Jogos de Melbourne em 1956 e na Cidade do México em 1968.

Além dos feitos nos Jogos Olímpicos, Wlamir também conquistou os Mundiais de Santiago em 1959, quando foi eleito o melhor jogador da competição, e o do Rio em 1963. Foi vice no Rio 1954, e em Ljubljana 1970. Nessa época de ouro, o jogador dividiu os vestiários com Amaury Passos, Algodão, Rosa Branca e Ubiratan, outros grandes nomes do basquete brasileiro.

Wlamir representou a Seleção Brasileira por duas décadas

Wlamir representou a Seleção Brasileira por duas décadas

Divulgação

Por conta de suas glórias, o ex-jogador foi eleito em 2020 para ser homenageado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Assim, entrou para a lista seleta de 24 atletas no hall da fama, onde deixou a marca de suas mãos para a eternidade. Em 2021, deu nome ao troféu de MVP (Most Valuable Player) do Campeonato Brasileiro adulto.

Veja mais em: Ídolos do Corinthians, Parque São Jorge, Basquete e Especiais do Meu Timão.

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