Ministério Público de São Paulo abre inquérito para investigar casos de racismo no futebol paulista
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Por Meu Timão
Nesta quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo estabeleceu inquérito civil para investigar casos de racismo e de outras formas de discriminação no futebol paulista. O procedimento investigativo, está sob responsabilidade do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), mas também conta com promotores da promotoria dos Direitos Humanos e do Jecrim (Juízado Especial Criminal), que é responsável por casos que envolvem ao Estatuto do Torcedor.
O inquérito tem como objetivo, investigar o que vem motivando as ações racistas e quais as medidas que foram tomadas para evitar que elas ocorram. A partir disso, conseguir definir as propostas de educação e prevenção. O processo investigativo tem prazo inicial de um ano.
"Estádio não pode ser lugar de permissividade, não pode ser uma terra sem lei. A atividade desenvolvida ali é lícita, um bem cultural, mas como em qualquer lugar, a lei impera e vige e deve ser aplicada nos mesmos termos do lado de fora do estádio" afirmou o promotor Bruno Orsini, do Gecradi, ao ge.globo.
"(No fim) a gente espera ter rastreado, junto às associações civis que atuam no futebol, os principais gatilhos de prática de racismo nos estádios. A partir da compreensão desses elementos, pensar estratégias para ter um olhar e atuação direcionados com vistas a debelar esses elementos. Para tornar o estádio um lugar seguro a todos que o frequentam, e especialmente a grupos vulneráveis" – completou Orsini, também ao ge.globo.
Durante a última semana, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), promoveu o primeiro seminário de Combate ao Racismo. No evento, a instituição revelou que foram registrados 64 casos de racismo no futebol até agosto deste ano, o mesmo número de 2021.
Neste ano o Corinthians sofreu com racismos dentro do seu estádio. Na Libertadores, no duelo contra o Boca Juniors, um torcedor argentino foi preso por praticar gestos racistas para os torcedores corinthianos.
O Ministério Público enviou ofícios à Federação Paulista de Futebol, à Secretaria de Justiça e à Secretaria de Segurança Pública para indagar sobre as medidas preventivas e as outras ações relacionadas. Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos também foram informados do inquérito para que possam se manifestar.
Vale lembrar, que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, sugeriu perda de ponto para punir prática de racismo no Brasil. O Corinthians se posicionou em relação a proposta de punição e manteve uma postura neutra.