Neste sábado, o Corinthians entra em campo pela decisão do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. O Timão entra em campo para estabelecer sua vantagem após empatar em 1 a 1 no jogo de ida, contra o Internacional. Mesmo sem sair derrotado no Sul, o rótulo de favorito não adentra o vestiário alvinegro.

A lateral-esquerda Tamires falou sobre o tema nesta sexta-feira, em entrevista coletiva na Neo Química Arena. A defensora não escondeu a motivação de jogar com a torcida a favor, mas fez questão de destacar o foco integral nos 90 minutos.

"O que posso te falar é que não entra mesmo, a gente não está disputando a nossa primeira final, não fomos campeãs brasileiras ano passado pela primeira vez, viemos de anos seguidos disputando finais de várias competições e o que a gente coloca todos os dias para nosso elenco é o que vale é o agora, o que estamos buscando. Tanto que classificamos no Brasileiro em quarto lugar e na época criaram uma crise no Corinthians e não deixamos isso nos abalar. Continuamos trabalhando, acreditando e olha onde chegamos. Estamos fazendo a nossa final na nossa casa, coisa que talvez muitos não esperavam, mas a gente mantém nosso trabalho e nossos pés no chão, acho que isso faz o Corinthians ser o que é hoje, tanto nacional quanto internacionalmente. Por tudo que se faz e é dentro e fora de campo e pelo quanto que a gente trabalha. Talvez fora de campo se crie essa imagem de favorito por tudo que se vem conquistando no futebol feminino, mas quando entramos em campo, pensamos nos 90 minutos e vamos pensando só no agora", disse.

Com passagem pela Seleção Brasileira e pelo futebol internacional, Tamires é uma das referências técnicas do time treinado por Arthur Elias. A lateral-esquerda, no entanto, dispensa o rótulo de "líder do elenco", ao qual realocou a outras jogadoras do grupo.

"Corinthians não tem só uma líder. Acho que vocês veem ao longo da competição que tem a Grazi, a Zanotti e outras atletas (que exercem esse papel). Para mim é um privilégio muito grande fazer parte dessas lideres então acho que conseguimos exercer essa liderança no dia a dia com as meninas, passando nossa experiência, conversando individualmente, passando nossa energia e alegria. Acho que esse jeito leve de ser é o que nos faz hoje olhar e o Arthur falar que confia na atleta a ponto de dar a braçadeira de capitã. Dividimos muito bem essa responsabilidade então é muito gostoso também ser capitã do Corinthians junto com as meninas. Essa minha interação com a torcida é algo que também me deixa muito feliz, gosto desse apoio, carinho e confiança que dão ao nosso time então gosto de retribuir com o carinho que tenho por eles. Acho que isso faz com que o futebol cresça e inspira nossas atletas e mostre que por mais que estejamos em um grande clube, sempre mantemos nossa essência e nossos valores. Acho que essa é uma forma que consigo transmitir a pessoa que sou, com essa leveza e alegria para todos os torcedores", ponderou.

O técnico Arthur Elias também marcou presença na coletiva desta sexta-feira. Multicampeão pelo clube do Parque São Jorge, o comandante projetou a sua 15ª final pelo Corinthians e deu indícios da estratégia adota por sua equipe.

“Dentro de campo, o jogo vai precisar ser muito bem jogado pelas atletas no sentido tático daquilo que a gente espera no plano de jogo que fizemos, para tentar jogar melhor que na primeira partida, principalmente no primeiro tempo. Fizemos os ajustes necessários, ainda que com o Campeonato Paulista e Brasileiro juntos, assim conseguimos evoluir durante a semana para amanhã tentar vir aqui, na nossa casa, e dar alegria para o torcedor”, falou o técnico.

Apesar de o confronto ser decidido em solo corinthiano, na Neo Química Arena, com projeção de 40 mil torcedores nas arquibancadas, Arthur Elias não acredita que exista um favorito para a decisão. O comandante deixou seu respeito ao Internacional e preferiu valorizar a confiança adotada pela equipe do Parque São Jorge.

"No futebol existem coisas que são muito mais faladas fora do trabalho e da comissão técnica dos atletas do que efetivamente no nosso dia a dia. Não usamos essa palavra (favorito) nem de um lado e nem do outro, não nos achamos melhor nem menor do que ninguém. Respeitamos todos os nossos adversários, não só na final. Respeitamos qualquer equipe que formos jogar, independente da trajetória dela e de sua camisa. Procuramos sempre fazer o melhor a cada jogo e a cada dia. Nesse dia a dia nosso é uma cultura que temos e estabelecemos de buscar sempre tentar crescer e evoluir no trabalho. As atletas são muito focadas nisso. Essa palavra para nós não existe e os resultados são reflexos de nosso ambiente, do que estamos fazendo e evoluindo a cada dia. O que nos deixa confiante é que sabemos a nossa capacidade de vencer e vamos com tudo para tentar buscar mais um Campeonato Brasileiro, sempre respeitando e sabendo a dificuldade que vai ser”, concluiu

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