Casagrande relembra 40 anos de título Paulista marcado por faixa da Democracia Corinthiana
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Por Meu Timão
Ídolo do Corinthians, o comentarista Casagrande relembrou a conquista do Paulistão de 1983, que completa 40 anos nesta quinta-feira, 14 de dezembro. O Timão empatou em 1 a 1 com o São Paulo em pleno Morumbi na decisão e levantou a taça, uma vez que a equipe alvinegra venceu o duelo de ida pelo placar mínimo. O meia Sócrates marcou os dois gols corinthianos na final.
O título ficou marcado pela faixa da Democracia Corinthiana exibida pelos jogadores alvinegros na entrada do gramado do Morumbi - confira a imagem abaixo. A ideia da exibição da mensagem surgiu de Casagrande em conversa com o diretor de futebol Adilson Monteiro Alves, pai de Duilio, atual presidente do Corinthians.
"Na hora do almoço, veio na minha cabeça que precisávamos fazer algo mais forte pela democracia à noite. Foi quando procurei o Adilson (Monteiro Alves), e ele me disse que seria difícil, estava em cima da hora. Então, falei: ‘Vamos fazer uma faixa’. E um jornalista da Folha estava ao lado e deu a ideia da frase", relembrou Casagrande em entrevista para a Folha de São Paulo.
Naquela época, o Brasil vivia os últimos anos da ditadura militar e o Corinthians, com a Democracia Corinthiana, era uma oposição ao governo e constituiu a maior ideologia política de um clube de futebol na história do país, que ficou marcada até mesmo dentro dos muros do Parque São Jorge.
O jornalista da Folha de São Paulo presente naquele momento era Luiz Fernando Rodriguez, que relatou o diálogo entre Casagrande e Adilson Monteiro Alves sobre a construção da mensagem democrática e deu a sugestão que acabou sendo acatada pela dupla.
"Nós passamos o ano inteiro tomando pancada por causa da defesa da democracia, dos nossos princípios de trabalho. Agora que chegamos à final, está na hora de mostrar que foi pela democracia que chegamos a isso", afirmou Adilson.
"E se entrássemos com uma faixa falando do Natal, da Democracia, juntando as duas coisas?", sugeriu Casagrande.
"É que Natal é coisa meio elitista, Casa. Vamos sair pela democracia, sem o Natal", rebateu Adilson.
"Por que não a faixa dizendo 'Vencer ou perder, mas sempre com Democracia'”, disse o jornalista Luiz Fernando Rodriguez, que teve aval de Casagrande e Adilson.
Casagrande foi o vice-artilheiro do Corinthians naquele Paulistão, com 15 gols marcados, atrás somente de Sócrates, que balançou as redes 21 vezes. O ex-atacante teve de sair de maca no Majestoso decisivo após receber entrada dura de Darío Pereyra, ex-zagueiro do São Paulo e que futuramente comandaria o Timão em uma curta passagem como treinador.