Entre os problemas do Corinthians estão as categorias de base. E a mais nova e explícita prova disso é a lista de convocação pra uma das mais importantes competições de seleções de base do futebol na atualidade: o Sul-Americano Sub-20, que será disputado no começo de 2023 na Colômbia.

O único jogador do Corinthians convocado é o zagueiro Robert Renan. Deveria ser motivo de preocupação pra qualquer torcedor corinthiano perceber que outros clubes, hoje considerados mais avançados em gestão de categorias de base, emplacaram uma variedade bem maior de talentos não só defensivos mas principalmente ofensivos e consequentemente com maior valor de mercado.

O destaque é o Palmeiras, com três convocados, sendo dois deles atacantes, e um deles Endrick, em negociação avançada com o Real Madrid na casa dos R$ 400 milhões. O Flamengo é outro clube com três nomes na lista. Aparecem com dois representantes Santos, Vasco, Athletico e Cruzeiro e também chama atenção Matheus Martins, do Fluminense, titular absoluto no ataque do time profissional.

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A perda de protagonismo do Corinthians já não é de hoje. Em 2019, só Carlos Augusto representou o Terrão. Bem diferente de 2017, quando o quarteto Léo Santos, Guilherme Arana, Maycon e Léo Jabá foi convocado naquela que foi também a última temporada de competitividade a nível nacional do futebol profissional do clube.

Nesses últimos anos ficou evidente o amadorismo do Corinthians no trato com as categorias de base. Ainda nos primeiros dias de gestão do presidente Duilio Monteiro Alves, a briga por cargos no departamento de formação de atletas já se mostrou o primeiro e principal problema do mandato, com disputa de poder culminando até em queda de dirigentes e técnicos na principal categoria, a Sub-20.

Enquanto o arquirrival costura a maior venda de um jogador do futebol brasileiro, a Copa do Mundo rola no Catar com o zagueiro Marquinhos como mais "recente" revelação corinthiana presente na seleção de Tite - e vendido pelo clube há mais de uma década. Por outro lado, há no grupo canarinho diversos jovens revelados pelo próprio Palmeiras e também Flamengo, Santos, São Paulo, Fluminense, Athletico...

Sensação é de que o envidado Corinthians parou no tempo e, entre outros motivos, isso passa por tratar sua formação de atletas com amadorismo, ficando cada vez mais distante das potências do futebol brasileiro na atualidade. A competitividade do time profissional não é aqui o único problema. A "base" do iceberg é maior.

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