Antes de se tornar herói, Basílio venceu a morte
Opinião de Pergunte ao almanaque
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Na coluna da semana passada, chamou a atenção do Gustavo de Miranda Saleme Gidrão o fato de Basílio ter sobrevivido a uma parada respiratória cerca de dois anos antes de marcar o gol do título paulista de 77. Essa é a história que eu conto aqui.
Faça como o Gustavo! Nós vamos continuar esclarecendo as dúvidas dos internautas do site Meu Timão sobre história, estatísticas ou qualquer outro tipo de curiosidade ligada ao Corinthians, como essa.
A base para as respostas será sempre o Almanaque do Timão, trabalho que desenvolvo há mais de 20 anos sobre todos os jogos, jogadores e técnicos do nosso time desde 1910. Ele virou livro em 2000, foi reeditado em 2005 e agora existe na forma do APLICATIVO ALMANAQUE DO TIMÃO, para smartphones e tablets, que pode ser baixado (de graça!!!) via Apple Store ou Google Play. Nos dias (e noites) de jogos, esse aplicativo oficial do Corinthians continua sendo atualizado on line.
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CELSO UNZELTE
Que texto lindo, Celso! Me lembra meu pai, que viu o Corinthians ganhar seu primeiro título com 17 anos. Mas faça uma outra matéria sobre essa história do Basílio e do doutor Osmar. Procurei saber mais e é difícil encontrar alguma coisa. Bem curiosa.
Gustavo de Miranda Saleme Gidrão
São Carlos do Pinhal, SP
@gustavo.de.miranda.s
Na tarde de um sábado, 26 de julho de 1975, o Corinthians empatou com o América de São José do Rio Preto por 0 a 0, no Pacaembu. Já no final da partida, após a cobrança de um escanteio, Basílio tentou subir na área e levou uma cotovelada na cabeça, em um choque com o goleiro Luís Antônio. Ao cair, ainda bateu a boca na chuteira do ponta-direita Vaguinho, um de seus próprios companheiros. E desmaiou. Com parada respiratória, Basílio teve que ser arrastado para fora de campo pelo próprio Vaguinho, como mostra a foto que ilustra este texto.
No vestiário, Basílio teve a língua desenrolada pelo massagista corinthiano Davidson. Osmar de Oliveira, então médico do clube e futuro jornalista esportivo, prestou os primeiros socorros. Tentou até a respiração boca a boca, sem, no entanto, conseguir acordá-lo. Como não havia uma ambulância de plantão no estádio — e apesar de as ruas próximas do Pacaembu estarem congestionadas pelo público de 46.881 pessoas que compareceram àquele jogo —, o atleta acabou sendo levado em um carro particular ao Hospital Cristo Rei, no bairro do Tatuapé.
“Só fui dar por mim no hospital”, contou o próprio Basílio, anos depois. Ele recobrou a consciência somente depois de uma hora e meia e permaneceu internado por cerca de quinze horas. Ao acordar, perguntou o resultado ao doutor Osmar, que, preocupado com o estado de Basílio, mentiu: “Foi um a zero para nós”.
Felizmente, a suspeita inicial de traumatismo craniano não se confirmou. E Basílio não só sobreviveu como voltou logo a jogar. Dois anos, dois meses e 17 dias depois, na noite de 13 de outubro de 1977, ele marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta na histórica final do Campeonato Paulista, que devolveu o título ao Corinthians depois de mais de duas décadas de espera.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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